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Média de idade dos comerciantes do Mercado do Bolhão é de 67 anos

O Gabinete do Mercado do Bolhão (GMB) revelou hoje que a média da idade dos 129 comerciantes daquele espaço emblemático do Porto é de 67 anos, sendo que "mais de metade permanecem" no mercado há mais de 30 anos.

Média de idade dos comerciantes do Mercado do Bolhão é de 67 anos
Notícias ao Minuto

17:05 - 27/07/16 por Lusa

Economia Porto

Os dados contam de uma apresentação hoje efetuada por dois responsáveis daquele gabinete, em reunião extraordinária da Câmara do Porto, que teve como ponto único da agenda o Mercado do Bolhão.

Segundo a arquiteta Cátia Meirinhos, do GMB, regenerar o Bolhão implica antes de mais conhecer cada um dos comerciantes para que o processo de restauro e modernização seja feito com eles e a partir deles, tendo por isso sido realizadas entrevistas pessoais a cada um dos 129 comerciantes (93 no interior e 36 no exterior).

"As histórias e as mágoas são comuns", disse, "o mercado deixou de ser o que era há bastante tempo, mas nunca os comerciantes desistiram e sempre acreditaram que [o Bolhão] pudesse ser de frescos e ativo na cidade", frisou.

No documento, o GMB refere que "a principal mágoa, contudo, é a de muitos anos de abandono que sentem. Muitos projetos e promessas que não se concretizaram instalaram uma descrença generalizada".

A arquiteta referiu que mais de metade dos comerciantes permanecem no Bolhão há mais de 30 anos, sendo que "há pessoas que nasceram fisicamente lá".

Apesar do abandono/degradação do edifício e da diminuição da procura, disse, "a maioria dos comerciantes (66%) cumpre as regras", ou seja, cumpre as suas licenças.

O desconforto, a falta de condições de limpeza e higiene, a existência de ratos e outros animais no espaço, a ausência de locais para arrumos, o incumprimento das regras existentes e a necessidade de regeneração de regras são alguns dos principais problemas apontados pelos comerciantes.

O projeto de restauro e modernização do Bolhão "tem como base um mercado de frescos baseado nos sabores dos produtos" e tem uma "ambição clara" de tornar o local como uma referência de qualidade, sendo "essencial alargar a base de clientes do mercado", "alargar a oferta de produtos frescos" e "dar prioridade aos residentes e não aos turistas", acrescentou Rocha Antunes, também do GMB.

Segundo o responsável, "os comerciantes são as pessoas que neste momento melhor conhecem o projeto" para o mercado.

"Estamos a fazer isto com tempo", disse, referindo estar já agendada "uma terceira ronda de entrevistas" a partir de setembro.

Rocha Antunes considerou também a ligação direta à estação do Bolhão do Metro do Porto como "essencial" para "alargar a base de clientes regulares", bem como a cave logística, que, além de facilitar as cargas/descargas aos comerciantes, poderá ser cedida a clientes profissionais, como restaurantes, hotéis e hospitais, por exemplo.

Para Rocha Antunes, "continuidade", quer da atividade com dos comerciantes, é a "ideia central" de todo o processo de transformação do Bolhão, que precisará necessariamente uma "reestruturação de categorias e licenças", para que as regras sejam cumpridas.

"Há licenças para 12 tipos de feijões mas não permitem a venda de lentilhas", exemplificou o responsável, adiantando que o GMB fez já um trabalho de base de criar 23 categorias de produtos que pudessem estruturar melhor a oferta a criar tendo por base respeito pelas licenças existentes.

O arquiteto autor do projeto de restauro e modernização daquele espaço, Nuno Valentim, adiantou ao executivo que estão em causa "16 projetos de especialidade", existindo "60 peças escritas" e "500 desenhos".

"O edifício tem que ganhar a dignidade que tinha", defendeu, adiantando que o projeto prevê a preservação dos dois painéis de azulejos existentes, bem como das placas de "subida" e "descida" que ali existem.

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