O estudo da APS realizou-se
depois de no primeiro semestre a produção de PPR ter caído 22% em Portugal e
avaliou a rentabilidade média de vários produtos de poupança em três prazos.
Analisado apenas o ano de 2011, com forte instabilidade nos mercados, poucos produtos remuneraram os investidores a taxas superiores à inflação, com destaque para os produtos com rentabilidade garantida. Os novos depósitos a prazo foram os que mais remuneraram os seus clientes (3,6%), seguidos dos PPR não ligados a fundos de investimento (3,2%).
Já analisando a rentabilidade num período de três anos, de 2009 a 2011, o estudo concluiu que os PPR são os quartos produtos com maior rentabilidade (3,3%).
Numa análise mais alargada, a cinco anos (entre 2007 e 2011), os PPR são os produtos mais bem remunerados, com uma média de 3,4%.
Segundo o presidente da Associação Portuguesa de Seguradores (APS), Seixas Vale, o estudo demonstra que os PPR tradicionais são dos melhores produtos para poupar a longo prazo, sobretudo se o objectivo for aforrar capital para a reforma, já que mesmo em contextos de instabilidade dos mercados mantêm a rentabilidade e, geralmente, acima da taxa de inflação.
"Não quer dizer que as pessoas não possam fazer investimentos arriscados, mas sobretudo quando poupam para a reforma é preciso ter cuidados especiais na gestão dessas poupanças", disse.
A preocupação da APS, disse, é evitar que quando chegam ao momento de levantar o capital os aforradores sejam surpreendidos com uma desvalorização do capital investido.
Questionado sobre se defende que sejam retomados os benefícios fiscais que foram retirados aos PPR, Seixas Vale disse que não o faz devido ao impacto que teria nas contas públicas e afirmou mesmo que os efeitos fiscais têm vindo a perder importância na decisão de subscrever estes produtos.
"Nos primeiros cinco a dez anos do surgimento dos PPR [fim dos anos 80] as benesses fiscais tiveram importância, nos últimos anos é a maior orientação para a reforma, os benefícios fiscais passaram a ter uma importância relativa menor", considerou o presidente da APS.
De acordo com dados divulgados hoje pela associação para o conjunto das seguradoras que operam em Portugal, a produção de PPR desceu 22,1 por cento do primeiro semestre face a período homólogo.