De acordo com Barómetro Económico Kaizen, hoje divulgado, "a emigração e o elevado desemprego não parecem preocupar os gestores, sendo apenas mencionados por 5% e 12% [dos inquiridos], respetivamente".

Já o acesso a capital, o excesso de regulamentação e a instabilidade social são identificados como preocupação por 25% dos empresários no primeiro caso e por 22% dos inquiridos em cada um dos dois últimos casos.

A confiança dos empresários registou "uma ligeira recuperação", subindo de 10,1 em fevereiro deste ano para 10,4 em julho, mas está "aquém de qualquer valor após outubro de 2013".

De acordo com o Kaizen Institute, autor do barómetro, "este índice poderá condicionar as decisões futuras dos empresários, já que apenas 29% dos inquiridos prevê aumentar a percentagem de investimento", "quase metade (48%) afirma que deverá manter esta percentagem, 18% [diz que] irá reduzi-la e 5% admite mesmo que não prevê qualquer investimento".

Quanto à saída do Reino Unido da União Europeia, em resultado do referendo de 23 de junho, o barómetro indica que "os gestores permanecem otimistas": 51% dos inquiridos considera que o 'Brexit' terá apenas um impacto baixo no seu negócio e 9% afirma que esse impacto será nulo.

Quando inquiridos sobre os fatores mais importantes para o crescimento da sua organização, a maioria (65%) admite contar com o lançamento de novos produtos ou serviços, mas "36% dos gestores mencionam que este processo é dificultado pela ausência de tempo e recursos para pensar em inovação".

No mesmo sentido, "29% afirma que simplesmente não há na sua organização um processo de inovação claro" e entre as dificuldades apontadas estão também a dificuldade em cumprir prazos e orçamentos dos novos produtos e serviços (34%) e em desenhar algo alinhado com as expectativas do cliente (30%).

A nível de recursos humanos, 29% dos empresários inquiridos referem que "o grande desafio parece ser desenvolver talento na organização", a produtividade é mencionada por 19% dos gestores e 18% refere a dificuldade em motivar os colaboradores.

O senior parnter do Kaizen Institute António Costa considera que estes resultados "mostram a preocupação do tecido empresarial português para com a questão do défice e da dívida e do seu impacto negativo para o crescimento do país", concluindo que "a incerteza ocasionada por esta questão, bem como pela possibilidade de medidas de consolidação adicionais ou de sanções por parte de Bruxelas parece refletir-se no nível de confiança dos gestores que continua em baixa".

Para a realização deste barómetro foi definido um universo de 182 empresários, tendo sido obtidas 130 respostas. Os inquéritos foram realizados entre 08 e 17 de julho e os dados foram tratados pelo Kaizen Institute, uma multinacional de serviços de consultoria e formação ao tecido empresarial e instituições públicas em mais de 40 países.