Ajuda da China a PALOP é melhor a curto prazo, mas Japão muda economias
O investigador Pedro Amakasu Raposo considerou hoje que a ajuda que a China dá aos PALOP é mais vantajosa a curto prazo, mas é o tipo de ajuda que o Japão fornece que consegue transformar as economias.
© Lusa
Economia Investigador
"Para os africanos, a ajuda chinesa é melhor porque tem um impacto mais rápido e efeitos visíveis a curto e médio prazo, enquanto a ajuda japonesa só faz sentir os efeitos mais tarde porque dão mais importância ao desenvolvimento sustentável", disse, em entrevista à Lusa, este investigador da Universidade Lusíada, no Porto.
Para o especialista nas relações entre a China e Japão e o continente africano, a diferença reside não tanto nos instrumentos disponíveis de financiamento por parte dos dois gigantes asiáticos, mas sim no enquadramento político de cada um.
Enquanto a China segue os seus próprios métodos, apostando em empréstimos, investimentos e comércio, o Japão rege-se pelo chamado 'Consenso de Washington', "que aposta muito em critérios macroeconómicos, privatizações, mercado aberto, balança de pagamentos equilibrada e défice orçamental tendencialmente baixo, mas adaptando estes critérios à realidade de cada país", disse Amakasu Raposo.
"O Japão centra-se mais na ajuda pública ao desenvolvimento e menos no comércio, e esta é a grande diferença relativamente à China, que tinha uma política mais centrada primeiro no comércio e investimento, e só depois na ajuda pública", vincou o investigador que recentemente publicou um estudo onde analisa o montante das ajudas destes dois países aos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa (PALOP).
Para Amakasu Raposo, "hoje em dia a grande vantagem da China sobre o Japão é que assenta a ajuda na cooperação, investimento e comércio, e já dá tanta ou mais Ajuda Pública ao Desenvolvimento que o Japão".
A China, disse, "investe menos em ajuda pública ao desenvolvimento e aposta mais em investimentos nos recursos naturais e no comércio, ao passo que o Japão argumenta que primeiro é preciso chegar a um estádio de desenvolvimento económico que permita absorver o comércio e os investimentos".
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