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BPI. Suspensão da assembleia-geral "não é bom" para o banco

O presidente do Conselho de Administração do BPI, Artur Santos Silva, disse hoje que lamenta a suspensão da assembleia-geral por 45 dias, considerando que "não é bom" este desfecho imediato para o banco.

BPI. Suspensão da assembleia-geral "não é bom" para o banco
Notícias ao Minuto

15:23 - 22/07/16 por Lusa

Economia Artur Santos Silva

"Lamento muito e por esta razão que, para mim, é difícil compreender", disse Santos Silva em conferência de imprensa, no Porto, onde decorreu a reunião, considerando ainda que "o que aconteceu não é bom, mas que se vai resolver".

A assembleia-geral do BPI, que arrancou cerca das 11:30, destinava-se apenas a debater e votar a polémica desblindagem dos estatutos do banco, a regra que faz com que qualquer acionista só possa votar no máximo com 20%, independentemente do capital social que detenha.

O espanhol CaixaBank, que tem 45% do capital social, é a favor do fim da limitação de votos, enquanto a 'holding' angolana Santoro, de Isabel dos Santos e que tem 19%, é contra.

Nesta assembleia-geral estavam em cima da mesa duas propostas, uma que partiu da Violas Ferreira Finantial, e que, segundo a legislação, tinha de ser votada com as restrições que constam dos estatutos, e outra do Conselho de Administração, que por vir deste órgão permitia a cada acionista votar com todo o capital social, o que facilita a desblindagem, tendo em conta os 45% do CaixaBank.

Artur Santos Silva explicou aos jornalistas que o presidente da mesa da assembleia-geral, Osório de Castro, informou no início da reunião da decisão de levar a votação a proposta do Conselho de Administração.

Foi nessa altura que o representante da família Violas informou que na quinta-feira tinha sido apresentada e decidida favoravelmente uma providência cautelar contra a ida a votação da proposta do Conselho de Administração, o que apanhou a maioria dos acionistas e dos administradores de surpresa.

O juiz aceitou a providência pelo facto de ainda não estar aprovada em Conselho de Administração a ata da reunião na qual a administração propôs à assembleia-geral a desblindagem de estatutos

"Foi decretado sem sermos ouvidos", disse Artur Santos Silva, acrescentando que essa ata será já aprovada na próxima reunião do Conselho de Administração do banco, em 26 de julho.

Disse ainda que só três dos 20 administradores do banco não concordaram em que o Conselho de Administração propusesse aos acionistas a desblindagem de estatutos.

Após ter sido conhecida a providência cautelar, o espanhol CaixaBank apresentou uma proposta de suspensão da reunião de acionistas, aprovada por 85% do capital social presente.

"É um sinal inequívoco de que os acionistas queriam votar a proposta do Conselho de Administração com as regras aplicadas quando a proposta vem do Conselho", considerou Santos Silva.

"É preciso perceber que as duas propostas propõem a mesma coisa. Só que há uma que é apresentada com o intuito de não chegar à desblindagem [a do acionista Violas]. Se a proposta do Conselho de Administração fosse votada primeiro, a possibilidade ser aprovada era maior", afirmou, por seu lado, o presidente executivo do BPI, Fernando Ulrich.

Já questionado sobre se esta suspensão da reunião põe em causa o cumprimento da exigência do Banco Central Europeu (BCE) que obriga o BPI a diminuir a excessiva exposição a Angola em quatro meses, Ulrich considerou que não e lembrou que essa data só começa a contar após o fim da Oferta Pública de Aquisição (OPA) que o CaixaBank lançou sobre o BPI, na sequência do fracasso das negociações com o acionista angolano Santoro, e que ainda está em curso.

Os espanhóis oferecem 1,113 euros por ação, mas a operação está condicionada à eliminação dos limites aos direitos de votos dos acionistas, pelo que se a proposta de desblindagem de estatutos não avançar a OPA também cairá por terra.

O BPI tem como principais acionistas o grupo espanhol CaixaBank (cerca de 45% do capital social), seguindo-se a angolana Santoro (com 18,6%, os quais se relacionam com os 2,28% que o Banco BIC tem no BPI, uma vez que ambas as empresas têm Isabel dos Santos como acionista de referência).

Já a seguradora Allianz tem 8,4% e a família Violas 2,68%.

O BPI teve lucros de 45,8 milhões de euros no primeiro trimestre deste ano, mais 48,3% do que no mesmo período do ano passado, com a operação em Angola a contribuir para 80% do resultado conseguido.

O banco apresenta os resultados do segundo trimestre na próxima terça-feira.

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