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Draghi defende criação de mecanismo público para combater malparado

O presidente do Banco Central Europeu (BCE), Mario Draghi, defendeu hoje que deve haver um "mecanismo público" para enfrentar o "grande problema" do crédito malparado no sistema bancário europeu que poderia ser acionado "em circunstâncias excecionais".

Draghi defende criação de mecanismo público para combater malparado
Notícias ao Minuto

20:28 - 21/07/16 por Lusa

Economia Zona Euro

Na conferência de imprensa que se seguiu à reunião de política monetária do BCE, hoje em Frankfurt, o presidente da instituição disse que "a política monetária apoia a atividade económica e é focada na manutenção da estabilidade dos preços", mas defendeu que é preciso atuar noutras frentes e "uma delas é resolver o crédito malparado na zona euro".

Questionado sobre se os elevados níveis de malparado em Portugal e na Itália são um risco, Mario Draghi respondeu que são um problema: "Não diria que são um risco, mas são um problema complexo que tem de ser resolvido".

Sublinhando que os elevados níveis de crédito malparado nos bancos europeus são "um problema significativo para a rentabilidade futura dos bancos e para a capacidade de os bancos emprestarem", Draghi traçou uma solução que inclui um "mecanismo público".

"A solução para o crédito malparado assenta em três pilares: em primeiro lugar, uma abordagem consistente de supervisão; em segundo, o desenvolvimento de funcionamento total do mercado do malparado e, em terceiro, ações dos governos [que podem] aprovar legislação que promova o desenvolvimento do mercado do crédito malparado", explicou o presidente do BCE.

Mario Draghi esclareceu que esta ação dos governos "envolve, por um lado, fazer uma revisão da legislação existente, mas também outras ações", como "possivelmente ter um mecanismo público para [acionar] em circunstâncias excecionais em que o mercado de crédito malparado não está a funcionar".

O presidente do BCE disse ainda que a criação deste "mecanismo público" seria "uma medida muito útil", que "teria de ser acordada com a Comissão [Europeia], sobretudo com a DG Comp [Direção-geral da Concorrência], de acordo com as regras existentes".

Draghi reconheceu que este é um problema que "vai demorar tempo" a ser resolvido, mas defendeu que, "quanto mais tempo demorar, menos funcional vai ser o sistema bancário ou pelo menos os bancos com elevado crédito malparado".

O presidente do BCE afirmou ainda que o malparado "torna os bancos especialmente vulneráveis aos mercados" porque "põe em causa o nível futuro de rentabilidade" das instituições, o que justifica que haja "interesse em tentar resolver este problema o mais rápido possível".

Por outro lado, como se trata de um problema que "por natureza" demora tempo a ser resolvido, Mario Draghi defende que "uma das formas [de o combater] é criar um quadro legislativo em que os créditos malparados possam ser comercializados e vendidos facilmente".

O presidente do BCE afirmou que "foram dados alguns passos em Itália" e que foram "na direção certa", reiterando, no entanto, que "é preciso fazer mais".

O Governo italiano está a tentar estabilizar o sistema financeiro, com crédito malparado de cerca de 360 mil milhões de euros, fraco crescimento económico e taxas de juro em mínimos históricos, depois de a criação de um 'banco mau' com fundos públicos ter encontrado resistência por parte da União Europeia.

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