Fuga de capitais da China abrandou

A fuga de milhares de milhões de dólares para fora da China "abrandou bastante" no segundo trimestre deste ano, mostram estatísticas oficiais hoje divulgadas, e apesar da desvalorização, nos últimos meses, da moeda chinesa, o yuan.

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Lusa
21/07/2016 09:31 ‧ 21/07/2016 por Lusa

Economia

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"A saída de capital abrandou gradualmente", afirmou em conferência de imprensa Wang Chunying, porta-voz da Administração Estatal de Divisas Estrangeiras da China.

Os dados revelam que os bancos chineses venderam mais 49 mil milhões de dólares (44,4 mil milhões de euros), do que o que receberam, em moeda estrangeira, entre abril e junho.

Trata-se de uma "redução acentuada", face ao diferencial de 124,8 mil milhões de dólares (113,1 mil milhões de euros), registado entre janeiro e março, apontou Wang.

Os dados mensais são ainda mais evidentes: em junho, apenas 12,8 mil milhões de dólares (11,5 mil milhões de euros) deixaram o país, um valor muito inferior aos 54,4 mil milhões (49,2 mil milhões de euros) registados em janeiro.

A China tem registado uma massiva fuga de capital nos últimos anos, à medida que o crescimento económico do país abranda, aumentando a pressão sobre a sua moeda e tornando os ativos avaliados em yuan menos atrativos.

As autoridades aumentaram, entretanto, as restrições sobre a transferência de capitais além-fronteiras, incluindo a imposição de um limite anual para levantamentos fora do país, fixado em 100.000 yuan (cerca de 13,5 mil euros).

Os bancos passaram também a ser obrigados a pagar um depósito de 20% em contratos a termo para venda de divisas estrangeiras, visando travar a especulação.

O contrato a termo trata-se de um acordo entre duas partes para comprar ou vender um ativo numa data futura a um preço acordado hoje.

Wang insistiu que a saída de capital se deve, sobretudo, à "contínua expansão do investimento além-fronteiras", por empresas chinesas, e não "à retirada de capital externo da China".

As empresas chinesas protagonizaram nos últimos anos várias aquisições mediáticas no exterior.

Em agosto passado, a moeda chinesa recuou quase cinco por cento no espaço de uma semana, num movimento visto pelos analistas como forma de impulsionar as exportações, à medida que o crescimento económico abranda.

A economia chinesa cresceu no ano passado 6,9%, o ritmo mais lento do último quarto de século. Na primeira metade deste ano a economia avançou 6,7%.

As reservas em moeda estrangeira da China, as maiores do mundo, recuaram durante meses, até que em junho recuperaram 13 mil milhões de dólares, para 3,21 biliões.

Ainda assim, continuam 20% abaixo do pico de quatro biliões, atingido em 2014.

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