Na terça-feira, num comunicado enviado à agência Lusa, fonte oficial da Triumph adiantou que o grupo alemão está a preparar a venda da sua fábrica de Sacavém, no concelho de Loures, a uma empresa suíça, sem, contudo, revelar o nome do comprador.
Na mesma nota, a empresa de roupa interior Triumph esclareceu que o futuro comprador prevê "manter todos os colaboradores e a atual equipa de gestão", num total de cerca de 500 trabalhadores.
Na sequência deste anúncio, Manuela Prates, do Sindicato dos Têxteis, Lanifícios e Vestuário do Sul, afirmou hoje à Lusa que os trabalhadores da Triumph estão "bastante apreensivos com os contornos deste negócio" e que existem "muitas questões ainda por esclarecer".
"Para já, não sabemos qual vai ser a empresa que irá ficar com a fábrica de Sacavém nem se irá efetivamente manter todos os postos de trabalho e em que condições", ressalvou.
A sindicalista disse ainda que, "face aos valores previstos para o negócio, não se trata de uma venda, mas sim de uma doação".
"Segundo a informação que foi dada ao sindicato e aos trabalhadores, a empresa suíça ficará com a Triumph a custo zero e o consórcio alemão vai, ainda, investir na referida empresa e assegurar-lhe produção durante alguns meses", referiu.
Nesse sentido, a sindicalista afirmou que, face às "reservas relativamente a este negócio", o sindicato já solicitou uma "reunião urgente" com o Ministério da Economia e pondera levar a cabo uma concentração em Lisboa.
"Vamos ver o que vai acontecer e qual será a postura de todas as entidades daqui para a frente", apontou.
Na mesma nota enviada à Lusa, a Triumph assegura que "continua comprometida com o sucesso do negócio de retalho em Portugal e que mantém em Lisboa a sua unidade de 'marketing' e vendas para coordenação de todas as respetivas atividades no mercado português.
A decisão do grupo Triumph de vender a fábrica em Portugal, a única na Europa, insere-se na estratégia de longo prazo da empresa para otimizar a sua cadeia de fornecimento a nível mundial.