Já se esperavam maus resultados para a Pharol na manhã da sessão de hoje da bolsa de Lisboa, mas a realidade está a ultrapassar até as piores expectativas.
Em pouco mais de duas horas e meia de trocas, a antiga PT SGPS já esteve a perder mais de 37%, tendo entretanto aliviado a queda para cerca de 21%. O baixo valor das ações da Pharol proporcionam uma maior volatilidade, mas mesmo com o valor a variar entre os 10 e os 8 cêntimos por título, o recuo é significativo.
Para s investidores, a sessão de hoje é a primeira oportunidade de reagir em bolsa ao pedido de recuperação judicial apresentado pela Oi no Brasil: como acionista relevante na empresa brasileira e parceira histórica de negócios, a Pharol terá muito a perder com a insolvência da companhia brasileira.
Num volte face esperado mas ainda assim desapontante, a Oi anunciou que não terá capacidade para cobrir dívidas avaliadas em cerca de 17 mil milhões de euros e o plano de recuperação judicial tornou-se a única solução possível. A perspetiva de liquidação abre a porta ao reembolso de obrigações através da emissão de ações, numa vaga de incumprimento que poderá afetar milhares de credores em todo o mundo.
Com 230 a 260 milhões de euros para reembolsar até 26 de julho, a Oi viu-se entre a espada e a parede, não sendo capaz de resistir a um processo que funciona nos mesmos moldes gerais dos Planos Especiais de Revitalização em Portugal.
A reestruturação poderá reduzir a participação da Pharol na Oi de 27% para pouco mais de 2%, uma diluição contra a qual os administradores têm lutado.
[Notícia atualizada às 10h50]