"Para a totalidade do ano de 2016, tendo em conta o crescimento registado no primeiro trimestre e a evolução dos principais agregados da procura, o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) foi revisto em baixa para um intervalo entre 1,3% a 1,6%, o que denota a incerteza prevalecente em relação a alguns agregados", afirmam os economistas do Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG).
Em fevereiro, o grupo de análise económica estimava que o PIB crescesse entre 1,5% e 1,9% em 2016, o que estava dependente do "desempenho da economia portuguesa e mundial e à maior ou menor fuga do crescimento da procura interna para o exterior".
Esta revisão em baixa acontece depois de o Instituto Nacional de Estatística (INE) ter divulgado que o PIB cresceu, no primeiro trimestre, 0,9% em termos homólogos e 0,2% em relação ao trimestre anterior.
No primeiro trimestre (face ao anterior) verificou-se uma aceleração do consumo privado, igual crescimento do consumo público, mas uma queda acentuada do investimento, o que "acabou por originar uma desaceleração da procura interna, o que explica a desaceleração do crescimento do PIB", lembram os economistas do ISEG.
"Em síntese, numa caracterização geral do trimestre, fica claro que, apesar da aceleração do crescimento do consumo das famílias, para um maior crescimento ficou a faltar mais investimento e mais exportações", resumem.
No entanto, tendo em conta informação ("embora reduzida") do segundo trimestre, o grupo de análise económica do ISEG admite um "crescimento mais substancial do PIB neste trimestre, devido a uma correção parcial da queda do investimento, a um contributo menos negativo da procura externa líquida e à sustentação do consumo das famílias".
O Governo mantém uma estimativa de crescimento económico de 1,8% este ano.