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Acordo União Europeia-Mercosul poderá começar em meados de 2017

O chefe da delegação da União Europeia (UE) no Brasil, João Gomes Cravinho, acredita que o acordo de livre comércio em negociação entre a UE e o Mercado Comum do Sul (Mercosul) entre em vigor em "meados de 2017".

Acordo União Europeia-Mercosul poderá começar em meados de 2017
Notícias ao Minuto

12:53 - 28/05/16 por Lusa

Economia Embaixadores

"Vai depender sobretudo da dinâmica negocial que conseguirmos imprimir na segunda metade de 2016, mas os planos que existem atualmente, se a dinâmica for positiva, se não encontrar um bloqueio que seja intransponível ou difícil de transpor, permitem-nos pensar que podemos chegar a meados de 2017 e ter um acordo", afirmou.

Em entrevista à agência Lusa, o embaixador adiantou que as primeiras negociações, após a troca de ofertas feita a 11 de maio - a primeira em 12 anos - deverão ter lugar "já no mês de julho", aproveitando a "vontade política" existente no momento.

O responsável português voltou a mostrar-se "otimista" em relação às negociações, apesar de ser um processo "complexo" e "delicado" e de existirem "três ou quatro pontos" que vão ser "complicados" para se chegar a um acordo.

João Gomes Cravinho não entrou em detalhes sobre as ofertas por ainda estarem em análise, pelo menos do lado da União Europeia, mas a imprensa avança que está em cima da mesa, por exemplo, a eliminação gradual das tarifas para 89% das exportações sul-americanas aos países europeus.

"É evidente que carne bovina e etanol farão parte de um acordo quando eventualmente lá chegarmos", respondeu, falando em duas questões sensíveis nas negociações e que não terão sido incluídas nestas ofertas.

Na área da agricultura, os produtores europeus enfrentam dificuldades, enquanto o agronegócio do Mercosul "é o mais competitivo do mundo".

Outras áreas complicadas são "todas as compras públicas" - um setor para o qual o Mercosul só agora mostrou abertura - e "o setor dos serviços, como os serviços jurídicos - o que tem a ver com as ordens profissionais - serviços de arquitetura, de contabilidade", igualmente áreas novas nos acordos do Mercosul, disse.

O chefe da delegação da UE no Brasil considerou que "o Mercosul não aprofundou a integração regional da forma como seria expectável" após a democratização de alguns países, como o Brasil, mas espera que o acordo com a UE seja também "um impulso muito grande para a própria integração do Mercosul".

"O que eu verifico hoje é que há uma convergência entre os países do Mercosul que talvez não tivesse existido no passado", disse.

Quanto às afirmações do chefe da diplomacia brasileira interino, José Serra, na sua tomada de posse, em defesa do bilateralismo em substituição do multilateralismo, João Gomes Cravinho disse esperar para ver isso "durante os próximos meses no trabalho em concreto".

Porém, lembrou que apesar de o Brasil ser "a maior parte do Mercosul", as negociações entre os dois blocos dos dois lados do Atlântico não envolvem países individualmente, mas a entidade Mercosul, que "tem uma cláusula que obriga os membros a trabalharem em conjunto na negociação" com terceiros.

As negociações entre os dois blocos iniciaram-se em 1999 e decorreram até 2004, tendo permanecido interrompidas até 2010 e, desde então, decorreram novas rondas de conversações que prepararam a nova troca de ofertas.

O Mercosul é o 6.º mercado das exportações da UE, tendo representado 88 mil milhões de euros de receitas em 2015, e as empresas europeias pagam mais de quatro mil milhões de euros em taxas alfandegárias.

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