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Juros da dívida angolana voltam a disparar e já estão próximos dos 18%

A dívida pública colocada semanalmente pelo Banco Nacional de Angola (BNA) voltou a cair, desta vez 43 por cento, para 28,1 mil milhões de kwanzas (157 milhões de euros), em títulos de tesouro cujos juros se aproximam dos 18%.

Juros da dívida angolana voltam a disparar e já estão próximos dos 18%
Notícias ao Minuto

09:38 - 29/03/16 por Lusa

Economia Emissão

Segundo dados compilados hoje pela Lusa com base no relatório semanal sobre a evolução dos mercados monetário e cambial do BNA, enquanto operador do Estado, o banco central colocou no mercado primário, entre 21 e 24 de março, 13,7 mil milhões de kwanzas (76,5 milhões de euros) em Bilhetes do Tesouro (BT) e 12,3 mil milhões de kwanzas (68,7 milhões de euros) em Obrigações do Tesouro (OT).

As taxas de juro médias pela emissão de BT oscilaram entre os 14,99% e os 17,75% (17,27% na semana anterior), para as maturidades de 91 e 364 dias, enquanto as OT fecharam com taxas de juro de até 7,75%, para as maturidades de cinco anos.

No segmento de venda direta de títulos ao público foram ainda colocados pelo BNA mais 2,1 mil milhões de kwanzas (11,7 milhões de euros), chegando a taxas de juro de 15,95%.

Nas três semanas anteriores, de março, o BNA colocou dívida pública, nos mesmos moldes, no valor de 49,4 mil milhões de kwanzas (276 milhões de euros), de 93,5 mil milhões de kwanzas (522 milhões de euros) e de 57,7 mil milhões de kwanzas (322 milhões de euros), em títulos de tesouro cujas taxas de juro já ultrapassavam os 17%.

Angola vive desde meados de 2014 uma forte crise financeira, económica e cambial decorrente da quebra das receitas da exportação de petróleo, recorrendo à emissão de dívida para garantir o funcionamento do Estado e a concretização de vários projetos públicos.

A Lusa noticiou a 02 de março deste ano que Angola vai gastar mais de 6,2 mil milhões de dólares (5,5 mil milhões de euros) entre 2016 e 2017 com o serviço da dívida pública contraída externamente, mas o petróleo abaixo dos 38 dólares por barril pode obrigar à reestruturação da carteira.

A informação consta de um documento de suporte à estratégia do Governo angolano para ultrapassar a crise financeira provocada pela quebra nas receitas do petróleo, ao qual a Lusa teve acesso e que indica que o 'stock' de dívida pública atingiu em 2015 os 42,9 mil milhões de dólares (38,3 mil milhões de euros), correspondendo a 48,7 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

"Uma análise de sensibilidade aponta um preço do barril de petróleo de 38 dólares como o 'break even' para o saldo mínimo do serviço da dívida. Abaixo desse preço será necessário reestruturar a carteira de dívida", lê-se no documento.

O endividamento do Estado angolano tem sido utilizado para colmatar a forte quebra nas receitas com a exportação de petróleo e só em 2015 o serviço da dívida pública angolana ascendeu a 18 mil milhões de dólares (16 mil milhões de euros).

O preço do barril de crude no mercado internacional já chegou a estar abaixo dos 30 dólares em 2016, apesar de o Governo angolano ter inscrito no Orçamento Geral do Estado para este ano uma previsão de cotação média de 45 dólares.

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