"O rigor [nas contas públicas] é um objetivo que devia ser permanente e que nós nos esquecemos, sobretudo, nos últimos 15 anos, e criámos desequilíbrios económico-financeiros, que depois provocaram desequilíbrios sociais, que temos que corrigir", afirmou o responsável à Agência Lusa.
Catroga falava à margem da conferência 'Portugal: entre o rigor e a audácia', que comemora os 30 anos da agência de notícias portuguesa.
"Essa correção, esse ajustamento a que alguns chamam austeridade nada mais é do que um processo de correção dos desequilíbrios acumulados quando abandonámos políticas de rigor na segunda metade da década de 90", reforçou.
Eduardo Catroga, que foi ministro das Finanças entre 1993 e 1995 no governo de Cavaco Silva, sublinhou que "o rigor devia ser um desígnio permanente, assim como a audácia com rigor".
E realçou: "Audácia significa capacidade de inovação, quer nas políticas públicas, quer nas políticas empresariais".
O antigo governante disse ainda ser necessária "audácia no desenvolvimento da qualidade do sistema educativo, no desenvolvimento da qualidade do sistema de justiça, no desenvolvimento da qualidade do sistema de concorrência e regulação dos mercados".
Catroga quer também o país com "audácia na atração de poupança e no investimento produtivo" e com "audácia no sentido de diminuição do risco do país para atrair financiamento a preço adequado".
E rematou: "Audácia é fundamental para vencermos os desafios do futuro. Mas com rigor".