O empréstimo é visto como um "balão de oxigénio" para a petrolífera estatal brasileira, que vive o pior mercado de crude numa geração e nos próximos dois anos enfrentará vencimentos de mais do dobro do montante agora contratado.
Em comunicado, a Petrobras adiantou que o empréstimo faz parte de um acordo de fornecimento de petróleo a empresas chinesas, mas não esclareceu qual a quantidade de petróleo a ser fornecido nem o nome do comprador de crude.
Os termos e condições desse contrato foram assinados na sexta-feira pelos presidentes das duas empresas, Aldemir Bendine e Zheng Zhijie.
Este empréstimo surge na sequência de acordos de cooperação assinados entre o Brasil e a China em 2015, durante a visita ao Brasil do primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, acrescenta a Petrobras.
Este é o maior acordo entre a Petrobras e a China em sete anos.
Em 2009, um contrato de dez mil milhões de dólares com a China previa a garantia de exportação de 150 mil barris de petróleo por ano no primeiro ano e de 200 mil barris nos nove anos seguintes.
A China tem investido em países ricos em petróleo para garantir o fornecimento do segundo maior mercado mundial de crude, depois dos EUA.
A Petrobras está envolvida no pior escândalo de corrupção de sempre no Brasil, numa altura em que o Brasil vive uma recessão, com redução do consumo doméstico, e quando os preços do petróleo estão 70 por cento abaixo dos valores de meados de 2014.
"É um alívio para a Petrobras", disse Edmar Almeida, professor na Universidade Federal do Rio de Janeiro, que estuda a indústria petrolífera, citado hoje pela agência Bloomberg.
"Este tipo de contrato de petróleo-por-dinheiro tem um custo financeiro mais baixo para a Petrobras do que aceder ao mercado financeiro internacional, especialmente depois de a companhia ter [visto o seu rating] descer para 'lixo'", acrescentou a mesma fonte.