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Inflação em Moçambique deve chegar aos 10%, o dobro da previsão

O economista-chefe do Standard Bank em Moçambique considera que a inflação no país deverá "muito provavelmente" atingir os dois dígitos no final do ano, quase o dobro dos 5,6% definidos como objetivo pelo Governo.

Inflação em Moçambique deve chegar aos 10%, o dobro da previsão
Notícias ao Minuto

10:56 - 06/02/16 por Lusa

Economia Standard Bank

"Espera-se que a inflação anual recue temporariamente para um dígito neste início de 2016, para refletir a apreciação do metical em relação ao rand, mas muito provavelmente feche o ano a dois dígitos, acima do objectivo do Governo de 5.6%", escreve Fáusio Mussá, no Boletim Económico Mensal enviado aos investidores.

No documento, a que a Lusa teve acesso, acrescenta-se que "a volatilidade da moeda, com perspetivas de depreciação, a necessidade de continuar a ajustar os preços fixados administrativamente e os efeitos das mudanças climáticas sobre a produção agrícola e sobre o preço dos alimentos constituem os principais riscos para a inflação em 2016".

A subida da inflação decorrente de uma desvalorização do metical não é, no entanto, o único problema que o Executivo de Filipe Nyusi tem de enfrentar este ano, a começar pelo aumento do défice da conta corrente da balança de pagamentos, que subiu 7,1% no ano passado e ocorre "numa altura em que a sua principal fonte de financiamento, o investimento directo estrangeiro, desacelerou 16,8% para 3,89 mil milhões de dólares e obrigou o país a recorrer a um financiamento do FMI de cerca de 282,9 milhões de dólares".

Para além disto, Fáusio Mussá sublinha ainda que no ano passado Moçambique não recebeu divisas externas na forma de impostos das grandes multinacionais relativos aos projetos da Bacia do Rovuma, que em 2013 renderam 624 milhões e 520 milhões no ano seguinte, "o que também contribuiu para uma menor disponibilidade de moeda externa, num ano em que o Estado iniciou o reembolso de capital do empréstimo da Ematum".

Numa última nota sobre o Orçamento deste ano, o economista-chefe de um dos maiores bancos a operar em África diz que, ao prever um aumento de quase 10% na receita do Estado, torna-se "um desafio se não houver um aumento substancial da base tributária, considerando uma desaceleração da atividade económica e taxas de imposto sobre o rendimento e sobre bens e serviços inalteradas".

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