O Governo de António Costa continua a trabalhar para chegar a um consenso com a Comissão Europeia relativamente ao esboço para o Orçamento do Estado para 2016. Hoje já foram avançadas algumas evoluções mas ainda nada está confirmado, estando pendente uma decisão até sexta-feira, tendo em conta o pedido por Bruxelas.
Henrique Medina Carreira deliberou, em comentário na TVI24, que a primeira dificuldade em torno deste assunto é que “não se percebe nada do que se passa” porque “aquilo que é vendido pelos políticos é apenas confusão”.
O comentador explicou, neste seguimento, que o problema reside na despesa pública, que neste momento está cerca de 10 mil milhões acima das possibilidades do país. “A despesa pública está na ordem dos 75 mil milhões, nós estamos a gastar 85 mil milhões”, referiu.
“Para ‘compensar’ ou se carrega nos impostos, ou também se pede dinheiro emprestado”, sustentou, acrescentando, no entanto, que estas duas vias são “sem saída” e que a única solução é fazer crescer a economia. “E não é com 1,5% ou 2%, é com 3% ou 4%. Portanto isto é um ciclo vicioso”, vaticinou.
O comentador indicou, ainda, que o PS tem tido muitas dificuldades na aprovação do Orçamento por causa da despesa. “Quando se parte do princípio que se tem que aumentar a despesa quando ela já é demasiada é claro que estas dificuldades aparecem. Não se queria mexer nos impostos agora parece que se mexer”, atirou.
“Não é fácil convencer Bruxelas porque Bruxelas é uma espécie de advogado dos credores. Bruxelas esta lá para defender os credores”, avisou Medina Carreira, sublinhando que o país não percebe a gravidade da situação e que se pode “ir para outro resgate”.
“Estamos encaminhados para um beco. Se o país não perceber isto vamos para outro problema grave”, sustentou.