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Autarcas algarvios mantêm-se contra exploração de petróleo após reunião

Os autarcas algarvios renovaram hoje o seu voto de protesto contra a eventual exploração de petróleo na região e prometeram tudo fazer para reverter o processo, após uma reunião com a Entidade Nacional para o Mercado de Combustíveis (ENMC).

Autarcas algarvios mantêm-se contra exploração de petróleo após reunião
Notícias ao Minuto

15:30 - 18/12/15 por Lusa

Economia Tutela

"Discordamos do modelo de exploração de petróleo no Algarve, queremos uma região de energias limpas e que tenha todo o ano um setor turístico forte", disse aos jornalistas o presidente da Comunidade Intermunicipal do Algarve (AMAL), Jorge Botelho, após a reunião, que durou cerca de duas horas.

Por seu turno, o presidente da ENMC, Paulo Carmona, garantiu que antes de 2020 nunca haverá exploração de hidrocarbonetos em Portugal, "mesmo que se descobrisse alguma coisa no próximo ano" e também, caso se verifique nas sondagens haver petróleo. Se o estudo de impacte ambiental for negativo, não se avança para a exploração, sublinhou.

"Se o estudo de impacto ambiental for negativo não se pode avançar para a exploração e o contrato tem resolução imediata", afirmou, acrescentando ainda não estar prevista, em Portugal, a utilização da técnica de fraturação hidráulica, também conhecida como "fracking", para extrair gás ou petróleo do subsolo.

Paulo Carmona sublinhou que as técnicas de sondagem utilizadas são as convencionais e semelhantes àquelas utilizadas para sondar a existência de água no subsolo, embora para a prospeção de hidrocarbonetos sejam feitas a maior profundidade.

Segundo aquele responsável, entre as sondagens e o momento da exploração decorre, no mínimo, um período de quatro anos, prevendo-se que as prospeções se realizem no próximo ano, em junho e em setembro.

"Se há ou não petróleo no Algarve ninguém sabe, o concessionário desse contrato vai verificar se há ou não petróleo, se houver, terá que apresentar estudos e terão que ser feitas consultas públicas e aos autarcas", resumiu.

Durante a reunião, em que não participaram representantes da totalidade dos municípios algarvios, um grupo de quarenta cidadãos manteve-se junto à entrada da AMAL, ostentando faixas e cartazes contra a exploração de petróleo no Algarve.

Elvira Martins, que integra a Plataforma Algarve Livre de Petróleo (PALP), disse à Lusa recear que a utilização da técnica de "fracking" interfira na movimentação de placas tectónicas, causando maior atividade sísmica numa região já sensível a sismos.

"Eles dizem que as explosões que acontecem depois de injetarem água e químicos no subsolo são controladas, mas não são, e nunca se sabe o que pode acontecer a seguir", lamentou a cidadã, natural de Vila do Bispo e residente em Faro.

Segundo o presidente da ENMC, no Algarve, foram investidos, no ano passado, 14 milhões de euros nas sondagens a três dimensões em mar aberto ("offshore"), mas ainda não foi feito qualquer investimento para a prospeção em terra ('onshore').

Segundo aquele responsável, desde 1939, já se fizeram 179 furos em Portugal, num investimento aproximado de 900 milhões de euros, mas ainda não se encontrou petróleo, pelo menos em condições de ser explorado.

De acordo com informação publicada no sítio de Internet da ENMC, em mar alto, no Algarve, foram adjudicadas quatro concessões, atualmente todas detidas pelo consórcio Repsol/Partex.

As concessões, classificadas como "deep offshore" (em mar alto), estão distribuídas pelas áreas denominadas "Sapateira" e "Caranguejo", no Barlavento (Oeste algarvio), e nas áreas "Lagosta" e "Lagostim", no Sotavento (Leste).

Para a prospeção e eventual exploração de petróleo em terra ('onshore'), foram assinados em setembro passado contratos para duas áreas de concessão, Aljezur e Tavira, com a empresa Portfuel, Petróleos e Gás de Portugal Lda.

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