"Investimento nas infraestruturas é ditadura da procura, não da oferta"
O presidente da Infraestruturas de Portugal (IP), António Ramalho, afirmou hoje que "o investimento nas infraestruturas é uma ditadura da procura e não uma ditadura da oferta" para explicar que o próximo Governo não pode voltar aos erros dos executivos de José Sócrates.
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Economia António Ramalho
António Ramalho, que falava na conferência Portugal em Exame, organizada pela revista Exame, disse que, no passado, houve "uma deficiente avaliação do TGV e das estradas em termos de procura", provocando grandes problemas ao nível das contas públicas.
Para o presidente da IP, que na quarta-feira ameaçou com a sua demissão se um possível governo do PS reverter a recente fusão entre as Estradas de Portugal e a Refer, adiantou, em jeito de aviso, que "o modelo de ineficiências da gestão nos transportes tenha terminado, que prejudicou profundamente o desenvolvimento regional".
Assim, é necessário "alinhar incentivos" para os privados, dando como exemplo as ex-SCUT, em que "o incentivo a longo prazo para os privados era ter o menor número de veículos na autoestrada e receber na mesma do Estado sem ter custos de manutenção".
Por isso, António Ramalho defendeu que o serviço público "deve ser claro com incentivos claros", que o 'hinterland' ferroviário e rodoviário "não são concorrentes", pelo que se tem de "assumir compromissos de cooperação e a transformação da Refer e da Estradas de Portugal".
Para além disso, há que retomar "um efeito que estava perdido há 20 anos", que é de levar "a sociedade civil a entrar nos transportes" sem onerar o Orçamento de Estado.
Já o presidente executivo da NOS, Miguel Almeida, que também participava na conferência, disse esperar que o novo Governo, seja ele qual for, "tenha a preocupação do crescimento económico".
"Temos as infraestruturas necessárias mas ao mesmo tempo um problema cultural", frisou Miguel Almeida, acrescentando que o sonho americano "não existe na mentalidade" portuguesa, sendo esta "pouca crença no mérito um sério entrave ao desenvolvimento".
Para o presidente executivo da NOS, "as pessoas têm de entender que o seu crescimento depende do seu próprio esforço" e não de "cunhas e vigarices".
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