As famílias portuguesas já têm praticamente o mesmo peso no financiamento do Estado que o Fundo Monetário Internacional. O aumento do rendimento disponível trouxe de volta a aposta nos produtos de poupança públicos, equilibrando o impacto do mercado do retalho com o terceiro maior credor da dívida nacional.
Os dados da Agência Nacional da Tesouraria e da Dívida Pública mostram que ao longo dos últimos três anos, a subscrição de Certificados de Aforro e do Tesouro têm aumentado: no final de 2012, eram equivalentes a 5,7% da dívida nacional, mas hoje em dia já chegam a 8,9% do total, noticia o Diário Económico.
Graças aos pagamentos antecipados, a dívida ao FMI tem realizado o caminho inverso. Após o pedido de resgate, em 2011, a instituição liderada por Christine Lagarde passou a ser credora de 11% do dinheiro devido por Portugal. Segundo os últimos dados disponíveis, em agosto deste ano a dívida ao FMI tinha caído para 9,2% do valor global.
Com o anúncio de um novo produto financeiro do Estado, prevê-se que as famílias ultrapassem o Fundo Monetário Internacional já nos próximos meses. As Obrigações do Tesouro de Rendimento Variável foram criadas, segundo a Ministra das Finanças, para “ajudar as famílias a poupar”, mas poderão ter o efeito final de fazer o mercado do retalho ganhar maior importância do que FMI no financiamento público.