"Portugal saiu do coma, mas doença mantém-se e exige cuidados"

O economista João César das Neves explica que os candidatos a primeiro-ministro não estão a transmitir toda a verdade aos portugueses.

“Há muita coisa escondida debaixo do tapete. O BES é um exemplo”

© Global Imagens

Notícias Ao Minuto
09/09/2015 13:30 ‧ 09/09/2015 por Notícias Ao Minuto

Economia

César das Neves

João César das Neves escreveu no espaço 'Não há almoços grátis', do Diário de Notícias, sublinhando que a campanha eleitoral está centrada em “questões laterais”, havendo uma “ocultação do essencial” por parte de todos os atores políticos.

O economista refere que as discussões económicas dominam o tema da campanha, contudo, apesar de se ouvirem as “afirmações mais variadas e controversas”, existe “tudo, menos uma apresentação clara e franca da situação”.

O antigo assessor de Cavaco Silva acredita que não é a falar de “défices, taxas, crescimentos, previsões, pobres e desempregados” que se dá conta da verdadeira situação do país. “Nada disto resulta na verdadeira realidade nacional”, crê. “O nosso problema não é emprego, crescimento, banca o euro, mas produtividade; só produtividade. Se a generalidade dos nossos trabalhadores e empresas fosse produtiva, tudo o resto estaria resolvido”, salvaguarda.

“Se qualquer dos oradores descrevesse, com rigor e seriedade, a circunstância concreta em que se encontra a nossa economia, o povo percebia que não existe muita margem para as perspetivas, as promessas e os programas de que falam”, mostrando que “estamos muito melhor”, mas que não é possível fazer um corte total com a austeridade.

João César das Neves considera que, em abril de 2011, “Portugal caiu nos cuidados intensivos, depois de andar a negar uma doença crescentemente aguda”. “Portugal sofreu um tratamento de choque que lhe curou os sintomas mais dramáticos. Em maio de 2014, conseguiu sair do coma, o que muitos interpretam como alta. Evitou-se o colapso, mas a doença mantém-se, exigindo ainda anos de cuidados atentos, com fortes possibilidades de reincidência”, conclui o economista.

 

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