"O país não se desenvolve perdendo os mais qualificados"
O secretário-geral do PS, António Costa, defendeu hoje que a modernização e o desenvolvimento do país estão dependentes da fixação dos jovens qualificados, que acabam por emigrar por falta de emprego ou para fugir à precariedade.
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Economia António Costa
"O país não se moderniza perdendo os seus melhores, o país não se desenvolve perdendo os mais qualificados. O país só se desenvolve se conseguir fixar esse capital humano, esse saber, esse conhecimento, resultado do investimento do Estado, das autarquias e, sobretudo, das famílias", alegou.
Durante um encontro que juntou militantes e simpatizantes do Partido Socialista em Viseu, António Costa sublinhou que grande parte dos que hoje emigram são jovens e qualificados.
"E não emigraram todos por falta de emprego: muitos emigraram mesmo tendo emprego, ou melhor, mesmo tendo ocupação, mas o que lhes era oferecido era a precariedade, salários indignos e condições indignas", sustentou.
De acordo com o líder do PS, durante alguns anos os portugueses "habituaram-se a ouvir falar da imigração com i e não de emigração com e".
"Todos julgámos, a minha geração julgou que isso era algo que tinha ficado nos anos 60 e que não mais voltaria. Mas a verdade é que o retrocesso foi tão grande que é preciso regressar a 1966, há 50 anos, para termos um ano com tantos emigrantes, tantos portugueses e portuguesas a sair do país como tivemos em 2013", apontou.
Ao longo do seu discurso, que durou aproximadamente meia hora, o líder socialista aproveitou para evidenciar que "o Governo fracassou nos seus objetivos" nos últimos quatro anos.
"Não temos hoje melhores finanças públicas, nem temos hoje melhor economia com mais crescimento e mais emprego, nem melhores condições de vida", referiu.
No seu entender, "a maioria e o Governo não aprenderam com os erros" e "não têm vontade de mudar de rumo".
"A conclusão a que temos de chegar, no final destes quatro anos, é de que falharam na gestão da dívida, falharam na economia, não aprenderam a lição e não querem mudar: não querem seguir outro rumo e, pelo contrário, mantêm um radicalismo ideológico que os vai fazer prosseguir o mesmo caminho. A única forma é mudar de Governo e mudar de política", frisou
António Costa aproveitou ainda para informar que o PS vai apresentar em breve "um documento inovador", com a estratégia a desenvolver nos próximos quatro anos.
"Pretendemos a participação dos cidadãos. É falsa a ideia de que os portugueses estão desinteressados da política. O que os portugueses estão desinteressados é da politiquice", sublinhou.
O secretário-geral do PS defendeu a necessidade de se elaborar "um programa mobilizador", que não seja só do partido, mas em que o conjunto da sociedade se reveja.
"A participação é essencial. Os partidos são acima de tudo associações de cidadãos", concluiu.
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