"Volatilidade de ações e fuga depósitos. Foram estas circunstâncias que ditaram o fim do BES", afiançou Salgado na comissão parlamentar de inquérito à gestão daquele banco e do Grupo Espírito Santo (GES).
Para o antigo líder da instituição, o aumento de capital de 2014, que teve "o melhor resultado de sempre" neste tipo de operações, comprova que "não houve nexo causal entre problema na ESI" e a posterior "quebra de confiança" no Banco Espírito Santo (BES).
Ricardo Salgado voltou a criticar o Banco de Portugal que, diz, não entendeu o problema do BES, que passava pela liquidez da instituição financeira.
"A 10 e 11 de julho de 2014, em apenas dois dias, o BES registou saídas de caixa de dois mil milhões de euros", sublinhou o responsável.
E lembrou: "A confiança é o principal ativo de qualquer banco".
Ricardo Salgado começou a falar cerca das 15:10 e antes de iniciar a sua intervenção, o presidente da comissão de inquérito, Fernando Negrão, pediu "perguntas claras" aos deputados e "respostas esclarecedoras" de Salgado, acrescentando que a exposição inicial do ex-banqueiro seria de cerca de uma hora.
A comissão de inquérito teve a primeira audição a 17 de novembro passado e a audição de hoje de Ricardo Salgado é a primeira repetição de uma audição nesta comissão.
A última audição prevista para a comissão de inquérito é a da ministra das Finanças, Maria Luís Albuquerque, que prestará novo depoimento perante os deputados na próxima quarta-feira.
Os trabalhos dos parlamentares têm por objetivo "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo do GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".