"Preferiria 50 vezes ter os preços regulados"
Em entrevista ao jornal Público, o presidente da Galp explica a sua posição perante a intenção do Governo de criar taxas extraordinárias para o setor dos combustíveis.
© REUTERS
Economia Ferreira de Oliveira
Ferreira de Oliveira acusa o Governo português de “andar à procura de recursos em todo o lado e, portanto, de procurá-los em todas as frentes em que pode colhê-los”.
Contudo, sublinha, “há coisas que são mais razoáveis do que outras” e, na opinião do presidente da Galp, é injusto criar uma taxa especificamente para o setor das gasolineiras.
“Acha justo que a refinaria de Sines pague uma taxa sobre o ativo e não pague a Autoeuropa que está ao lado?”, questiona aos jornalistas do Público para de seguida acrescentar que “se o Estado decidir que todas as empresas têm de contribuir para o momento difícil que o país está a viver, cria um imposto sobre as empresas, sobre o lucro das empresas”.
E se fosse este o caso, Ferreira de Oliveira garante que “nem discutia” a aplicação da taxa, mas nos moldes atuais considera que a taxa a aplicar aos ativos da refinaria é injusta.
“Não é certo diferenciar uma atividade em relação a outras. Há uma diferenciação que não é justa e, penso eu, que não é constitucional”, atira.
O presidente da Galp defende ainda que o Governo passe a regular, novamente, os preços dos combustíveis, tudo para evitar a “discussão permanente”.
“Preferiria 50 vezes ter preços regulados do que ter a discussão permanente. Ou o Estado acredita que existe concorrência no mercado ou não acredita”, aponta, acrescentando que “se existe um abuso de poder de mercado, o Estado deve multar as empresas e deve prender quem o faz”.
É por esta razão que Faria de Oliveira sublinha que se o Estado “não fica satisfeito com a forma como o mercado funciona, então regula, e regula definindo preços”.
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