Presidente vê "com agrado" promoção de mulheres
O presidente da Euronext Lisbon, afirmou hoje que vê "com agrado" a ideia de se promover uma maior presença das mulheres nos lugares de topo das empresas, mas defendeu que tal não deve acontecer pela "via da imposição".
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Economia Euronext
Luís Laginha de Sousa falava aos jornalistas à margem da apresentação do projeto "O Século XX na Bolsa de Valores Portuguesa", que decorreu na Euronext Lisbon e contou com a presença presidente da Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM), Carlos Tavares, que fez o encerramento.
Instado a comentar o facto do Governo ter anunciado, na semana passada, que vai iniciar negociações com as empresas cotadas em bolsa para que estas se comprometam a incluir pelo menos 30% de mulheres nos respetivos conselhos de administração até ao final de 2018, Laginha de Sousa afirmou: "Não temos uma posição sobre a questão das quotas".
No entanto, "vimos com agrado a ideia de promover uma maior presença das mulheres nos conselhos de administração e nos lugares de topo das empresas", disse o presidente da Euronext Lisbon, recordando que a própria entidade conta com uma administradora.
"A via da imposição não nos parece mais correta, é preciso fomentar que essas coisas aconteçam", disse, sublinhando que os dados apontam que "as mulheres são um grupo com grandes capacidades, são doutoradas, há muito talento que porventura não está a ser aproveitado, mas tudo o que é imposições, às vezes, têm efeitos contrários daqueles que se pretendem corrigir".
Salientou que o universo das empresas portuguesas que se pretende atingir com esta medida, as cotadas, é "muito pequeno face ao total que existem" e que se esta área atingisse "essas quotas seria uma gota no caminho que há a fazer".
A imposição "não me parece a mais adequada", mas salientou que o Governo "pretende encetar um diálogo", o que na sua opinião é "uma via muito adequada".
Luís Laginha de Sousa lembrou que nos países nórdicos, que são um "bom exemplo" da igualdade de género, têm aspetos que deveriam ser acautelados em Portugal, como o apoio à maternidade.
"Têm um conjunto de coisas mais amplas que é preciso ter em conta para que esse objetivo, que é a ponta do iceberg, mais mulheres no topo, possa ser atingido, não apenas atuar nos 30% e descurar tudo o resto", concluiu.
Na apresentação do início das negociações com as empresas cotadas em bolsa para que estas se comprometam a incluir pelo menos 30% mulheres na administração, a secretária de Estado dos Assuntos Parlamentares e da Igualdade, Teresa Morais, admitiu a futura adoção de "medidas de natureza mais imperativa" caso as empresas não adiram "voluntariamente" a esse objetivo.
Entretanto, o Parlamento Europeu (PE) aprovou hoje, em Estrasburgo, um relatório sobre a igualdade de género na União Europeia (UE) em várias áreas, no âmbito do Dia Internacional da Mulher, assinalado no domingo.
Os eurodeputados aprovaram com 441 votos a favor, 205 contra e 52 abstenções um relatório sobre a igualdade de género na UE que aborda questões como a diferença salarial, a participação das mulheres no mercado de trabalho, o impacto da crise e a pobreza.
O texto inclui também a proposta de diretiva sobre a licença de maternidade, atualmente bloqueada pelos Estados-membros, a instituição de uma licença de paternidade remunerada de pelo menos dez dias, os estereótipos, a violência contra as mulheres e o seu acesso à contraceção e ao aborto.
ALU/(IG/IEL)// ATR
Noticias Ao Minuto/Lusa
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