FMI corta previsões para economia mundial
O Fundo Monetário Internacional (FMI) reviu em baixa as previsões de crescimento económico mundial, para os 3,5% este ano e para os 3,7% em 2016, penalizadas sobretudo pelas estimativas relativas à zona euro e ao Japão.
© Lusa
Economia Revisão
De acordo com a atualização ao 'World Economic Outlook', hoje divulgada, o Fundo espera que a economia mundial avance 3,5% em 2015 e 3,7% no próximo ano, menos 0,3 décimas do que previa em outubro em ambos os casos.
Nas economias desenvolvidas, espera-se que o crescimento aumente para os 2,4% tanto em 2015 como em 2016, uma previsão praticamente inalterada face à avançada anteriormente, mas que evidencia as divergências entre os ritmos de crescimento dos Estados Unidos, por um lado, e da zona euro e do Japão, por outro.
A instituição liderada por Christine Lagarde melhorou as previsões de crescimento da economia norte-americana para os 3,6% em 2015 (+0,5 pontos do que em outubro) e para os 3,3% em 2016 (+0,3 pontos), ao passo que antecipa um desempenho menos favorável tanto da zona euro como do Japão.
As economias da moeda única europeia deverão crescer 1,2% em 2015, tendo o FMI cortado em 0,2 pontos a sua estimativa, acelerando ligeiramente para os 1,4% em 2016, tendo o Fundo revisto a sua previsão em baixa em 0,3 pontos.
Já no caso da economia nipónica, o FMI prevê que cresça 0,6% em 2015 e 0,8% em 2016, o que representa uma revisão em baixa de 0,2 pontos e de 0,1 pontos, respetivamente.
O economista-chefe do Fundo Olivier Blanchard refere, citado no comunicado que acompanha a atualização das previsões hoje conhecidas, que "os novos fatores que apoiam o crescimento - preços do petróleo mais baixos mas também a depreciação do euro e do iene - foram mais do que compensados pelas forças negativas persistentes, incluindo o legado que permanece da crise e o potencial de crescimento mais baixo em muitos países".
Para o economista francês, "isto é um mosaico complicado", uma vez que significa "boas notícias para os importadores de petróleo e más notícias para os exportadores".
No caso das economias emergentes, o FMI prevê que o crescimento permaneça estável nos 4,3% em 2015 e que aumente para os 4,7% em 2016, um ritmo mais lento do que o estimado em outubro (-0,6 pontos em 2015 e -0,5 pontos em 2016).
O FMI justifica a revisão em baixa das perspetivas de crescimento das economias emergentes com três fatores: o crescimento da China será mais moderado do que o previsto (de 6,8% e 6,3% em 2015 e em 2016, respetivamente), a perspetiva em relação à Rússia "é muito mais fraca", de -3% em 2015 e de -1% em 2016, devido ao impacto da queda dos preços do petróleo e às tensões geopolíticas, e a recuperação económica esperada para os exportadores de bens transacionáveis será mais fraca ou mais lenta do que o estimado.
Quanto aos riscos que se colocam a estas previsões, o Fundo considera que "a incerteza considerável em relação ao caminho do preço do petróleo no futuro e os fatores subjacentes à queda dos preços acrescentam uma nova dimensão de risco às previsões de crescimento global".
No que se refere às políticas recomendadas, o FMI defende que "há uma necessidade urgente de [se fazerem] reformas estruturais em muitas economias, tanto desenvolvidas como emergentes, ainda que as prioridades macroeconómicas difiram".
No caso dos países desenvolvidos, o FMI entende que "se novas quedas da inflação, mesmo que temporárias, levarem a uma quebra adicional das expectativas da inflação nas economias maiores, a política monetária deve manter-se acomodatícia através de outros meios para prevenir o aumento das taxas de juro reais".
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