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BES sem exposição "significativa" ao GES até setembro de 2013

O ex-administrador executivo do BES Joaquim Goes lembrou que até setembro de 2013 o BES não detinha uma exposição direta "significativa" ao GES, mas reconheceu que o processo de venda de papel comercial " deveria ter sido mais aprofundado".

BES sem exposição "significativa" ao GES até setembro de 2013
Notícias ao Minuto

10:55 - 22/12/14 por Lusa

Economia Goes

"Até setembro de 2013, o BES não detinha uma exposição direta significativa ao Grupo Espírito Santo (GES), não existindo mesmo qualquer relação creditícia direta com a Espírito Santo Internacional (ESI). Desta forma se explica porque não existia, nem tinha de existir, um acompanhamento próximo da realidade da ESI por parte do BES, nomeadamente pela área de risco", declarou hoje Joaquim Goes na comissão parlamentar de inquérito à gestão do BES e do GES.

O ex-administrador realçou que a "questão determinante" na altura foi o facto de a decisão de comercialização de papel comercial "ter subjacente uma situação económico-financeira da ESI baseada nas contas de dezembro de 2012, nas quais os capitais próprios da sociedade reportados eram significativos, elevando-se a 855 milhões de euros, representando 20% dos ativos totais".

"O momento que altera de forma significativa a perceção de risco da ESI dá-se com a identificação do valor real do seu passivo financeiro no quadro do ETRICC2 (mais 2,3 mil milhões de euros relativamente a dezembro de 2012), ou seja, o BES colocou papel comercial da ESI junto dos seus clientes de retalho com base em contas materialmente incorretas, as quais, devidamente corrigidas, agravavam de forma muito significativa o perfil de risco do emitente", descreveu.

O ETRICC2, que Goes referiu, foi o exercício amplo de avaliação de ativos e exposição do BES solicitado pelo Banco de Portugal.

O processo de aprovação da comercialização do papel comercial, advogou, "deveria ter sido mais aprofundado".

"Em primeiro lugar, porque dada a natureza e a relevância desta operação, ela deveria ter sido apresentada e discutida em sede da comissão executiva do banco como, aliás, acontecia, por exemplo, com propostas de colocação de obrigações de certos emitentes através das redes comerciais. Em segundo lugar, porque na proposta apresentada não foram mencionados os montantes máximos associados aos programas de papel comercial - no caso até 1500 milhões para a ESI e até 600 milhões para a Rio Forte - aspeto da maior relevância para uma correta avaliação do que estava em causa", vincou.

Hoje é o último dia de trabalho do ano para a comissão parlamentar: além de Joaquim Goes, de tarde será ouvido Rui Silveira, também outrora administrador executivo do banco.

Os trabalhos dos parlamentares têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do Banco Espírito Santo (BES), o papel dos auditores externos, e as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".

A 03 de agosto passado, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

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