Ninguém exigiu provisionamento para exposição ao BESA

O ex-presidente do Novo Banco, Vítor Bento, reconheceu hoje que a exposição creditícia de 3,3 mil milhões de euros do BES ao BES Angola (BESA) era "anormal", mas revelou que ninguém exigiu que fosse feito um provisionamento para esta situação.

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Lusa
02/12/2014 13:18 ‧ 02/12/2014 por Lusa

Economia

Vítor Bento

"Não tive conhecimento de que ninguém tivesse exigido que fosse feito um provisionamento específico para o BESA. A opinião que existia dentro do banco é que a garantia do Estado angolano estava válida", justificou o responsável no parlamento.

Ainda assim, Bento admitiu na sua audição na comissão de inquérito ao caso BES que "uma exposição desta natureza da casa-mãe a uma subsidiária é anormal".

Logo, dados os elevados montantes em causa, esta exposição excessiva "devia ter tocado campainhas de alerta", realçou.

Questionado sobre se a garantia soberana de Angola caiu por causa da medida de resolução aplicada ao BES, Bento não deu uma resposta fechada.

"Do ponto de vista cronológico a sequência é essa, do ponto de vista causal, não sei", afirmou.

Isto, porque o Banco de Portugal anunciou a intervenção pública no BES a 03 de agosto e a administração de Bento foi informada no dia seguinte de que a garantia estatal de Luanda à dívida contraída pelo BESA junto ao BES tinha sido retirada, ficando sem efeito.

A comissão de inquérito arrancou a 17 de novembro e tem um prazo de 120 dias, que pode eventualmente ser alargado.

Os trabalhos têm por intuito "apurar as práticas da anterior gestão do BES, o papel dos auditores externos, as relações entre o BES e o conjunto de entidades integrantes do universo GES, designadamente os métodos e veículos utilizados pelo BES para financiar essas entidades".

Será também avaliado, por exemplo, o funcionamento do sistema financeiro e o "processo e as condições de aplicação da medida de resolução do BdP" para o BES e a "eventual utilização, direta ou indireta, imediata ou a prazo, de dinheiros públicos".

A 03 de agosto, o Banco de Portugal tomou o controlo do BES, após a apresentação de prejuízos semestrais de 3,6 mil milhões de euros, e anunciou a separação da instituição em duas entidades: o chamado banco mau (um veículo que mantém o nome BES e que concentra os ativos e passivos tóxicos do BES, assim como os acionistas) e o banco de transição que foi designado Novo Banco.

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