O Governo assinalou, esta sexta-feira, o Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, adiantando que, "em Portugal, quase dois milhões de pessoas vivem em situação de pobreza, mesmo após apoios sociais".
Numa publicação partilhada nas redes sociais, o Executivo diz que "erradicar a pobreza é mais do que prestar ajuda: é garantir dignidade, igualdade de oportunidades e rutura com ciclos de exclusão entre gerações".
"O Governo tem atuado de forma decidida para cumprir a meta nacional de retirar 10% das pessoas da pobreza, reforçando o apoio às famílias - em especial crianças e idosos -, e pessoas em situação de sem-abrigo", assume o Executivo.
Na mesma publicação, o Governo destaca as seguintes medidas:
- "Mais de 126 mil crianças com creche gratuita.
- Complemento Solidário para Idosos aumentado em 80 euros desde 2024 (e mais 40 euros no próximo ano).
- Há agora mais cerca de 95 mil idosos com este apoio.
- Dos beneficiários do CSI, cerca de 152 mil usufruem de medicamentos gratuitos.
- Construção do 2.º Plano da Estratégia Nacional de Combate à Pobreza, com todos os parceiros públicos, privados e sociedade civil."
"Combater a pobreza é uma responsabilidade de todos. É necessário agir para construir um país mais justo, inclusivo e solidário", revela ainda o Executivo.
Portugal desceu uma posição entre os 27 da UE no rendimento mensal
Portugal ocupa a 19.ª posição entre os 27 países da União Europeia no rendimento mediano mensal das famílias, de acordo com dados de 2023 que representam a descida de uma posição face ao ano anterior, divulgou hoje a Pordata.
Portugal foi ultrapassado pela Letónia nesta lista, liderada pelo Luxemburgo e pela Dinamarca, com os rendimentos mais elevados, segundo uma análise divulgada pela base de dados estatísticos da Fundação Francisco Manuel dos Santos por ocasião do Dia Internacional para a Erradicação da Pobreza, que hoje se assinala.
"Em 2023, cada contribuinte em Portugal declarou, em média, um rendimento bruto mensal de 1.155 euros, depois de descontado o IRS", especificou a Pordata.
De acordo com os dados constantes nas declarações de IRS de 2023, a região metropolitana de Lisboa lidera a tabela dos rendimentos médios mensais mais elevados (1.375 euros), enquanto a região do Tâmega e Sousa regista o valor mais baixo (883 euros).
O município com maior rendimento médio é Oeiras (1.637 euros).
A taxa de risco de pobreza em Portugal baixou de 17% para 16,6% entre 2022 e 2023, o que equivale a 1,8 milhões de pessoas a viverem em famílias com rendimento mensal inferior a 632 euros por adulto.
Usando os dados do Inquérito às Condições de Vida e Rendimento, do Instituto Nacional de Estatística (INE), a Pordata recorda que os idosos são o grupo etário em que a taxa de risco de pobreza mais aumenta, passando de 17,1%, em 2022, para 21,1% em 2023.
Um em cada cinco idosos ou vive sozinho e tem um rendimento bruto inferior a 632 euros ou vive num agregado familiar pobre.
As famílias monoparentais com crianças continuam a ser "as que revelam maior vulnerabilidade", sublinha a Pordata.
Seguem-se as pessoas que vivem sozinhas, que registam um agravamento da taxa de risco de pobreza de quase quatro pontos percentuais (de 24,9% em 2022 para 28,6% em 2023).
Entre os desempregados, 44% vivem em agregados com rendimentos abaixo do limiar e "os reformados viram aumentar a taxa de risco de pobreza de 15,4% em 2022 para 19,6% em 2023", constata a Pordata.
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