"Exigimos a imediata suspensão deste processo e apelamos à intervenção urgente das autoridades competentes, nomeadamente a Autoridade para as Condições do Trabalho e do Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (DGERT), para travar esta nova afronta aos direitos laborais", sustenta o sindicato em comunicado.
Segundo a mesma fonte, a comunicação do despedimento foi feita numa videoconferência através de uma mensagem gravada do presidente executivo (CEO), Pedro Gomes.
Condenando a "forma desumana e vergonhosa" como o processo foi conduzido, o STT critica a opção por "comunicações impessoais, sem diálogo prévio e ignorando por completo o respeito devido a profissionais que [...] consolidaram a posição da empresa como líder no setor dos serviços de contacto em Portugal".
"Este despedimento, mais do que um caso isolado, é o reflexo das fragilidades estruturais da proteção laboral no nosso país, sobretudo em empresas e setores marcados por altos níveis de precariedade, subcontratação e rotatividade", sustenta.
Salienta ainda que "quando 240 pessoas podem ser dispensadas de forma fria e unilateral, sem garantias efetivas de proteção, exceto o direito a uma indemnização miserável e um papel para o subsídio de desemprego, está em causa não apenas o futuro de cada trabalhador, mas a dignidade e o respeito de cada trabalhador".
Para o STT, é também "inaceitável que uma multinacional com lucros expressivos e presença global trate os seus trabalhadores como números descartáveis".
Neste contexto, apela a todos os sindicatos e à CGTP que conjuntamente organizem "a resistência e a luta e criem uma onda de solidariedade com estes trabalhadores, de forma que não fique nenhum para trás".
O STT alerta para "a falta de proteção laboral dos trabalhadores em Portugal e reafirma a necessidade de derrotar o pacote laboral do Governo PSD/CDS que visa, entre outras malfeitorias, desproteger, ainda mais, os trabalhadores contra os despedimentos", remata.
O Sindicato Nacional dos Trabalhadores das Telecomunicações e Audiovisual (Sinttav) anunciou na quarta-feira que a Teleperformance vai proceder ao despedimento coletivo de 200 trabalhadores no âmbito de uma reestruturação interna para "controlar custos".
Em comunicado, o sindicato referiu ter sido informado pela empresa de 'call centers' - numa reunião realizada na segunda-feira a pedido da mesma -- que "os trabalhadores para já afetados por esta decisão (cerca de 200) já começaram a ser contactados individualmente".
"O motivo indicado pela Teleperformance para esta decisão prende-se com 'motivos estruturais que obrigam a uma reestruturação interna no sentido de controlar custos'", refere.
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