As notícias não são animadoras para os fãs de pão, já que este produto alimentar deverá voltar a ficar mais caro no próximo ano. Ainda é cedo para adiantar valores em concreto, mas Deborah Barbosa, presidente da Associação de Comércio e Indústria de Panificação (ACIP), acredita que a subida do preço do pão será em linha com a inflação.
"Para o próximo ano temos vário fatores a impactar a atividade, um deles é o ajuste dos custos da mão de obra e prevê-se um aumento ligeiro para 2026", disse Deborah Barbosa, em declarações à TVI, explicando que, por cá, os "custos logísticos" são os que mais impactam os valores.
Relativamente ao aumento do próximo ano, "é difícil estimar uma percentagem, porque são muitas as variáveis (...) mas esperamos que o aumento seja ligeiro".
"Não acredito que seja abaixo da inflação, mas em linha com a mesma", disse Deborah Barbosa, confirmando que será em torno dos 2%.
Preço do pão também subiu este ano
O preço do pão subiu no início deste ano, impulsionado pelo aumento dos custos de produção e do salário mínimo nacional, adiantou a ACIP.
Contudo, a ACIP defendeu, no final do ano passado, que Portugal é um dos países com o preço por quilograma (kg) de pão mais baixo da União Europeia e com a melhor relação qualidade/preço.
Em 2024, as vendas da panificação e pastelaria registaram um ligeiro crescimento, mas em termos de quantidade houve uma redução.
A liderar as vendas continuam "os clássicos", como o pão tradicional e os pastéis de nata, mas também se verifica uma procura crescente por produtos classificados como inovadores e saudáveis, nomeadamente pães integrais e pastelaria à base de plantas.
Como está a inflação?
A variação homóloga do Índice de Preços no Consumidor (IPC) foi 2,4% em setembro, taxa inferior em 0,4 pontos percentuais (p.p.) à observada no mês anterior, divulgou o Instituto Nacional de Estatística (INE).
O indicador de inflação subjacente (índice total excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos) registou uma variação de 2,0% (2,4% em agosto).
Já a variação do índice relativo aos produtos energéticos aumentou para 0,3% (-0,2% no mês anterior) e a do índice referente aos produtos alimentares não transformados manteve-se em 7,0%, após sete meses de aumentos consecutivos.
A variação mensal do IPC foi 0,9% (-0,2% no mês precedente e 1,3% em setembro de 2024). A variação média dos últimos doze meses foi 2,4% (valor idêntico no mês anterior).
O Índice Harmonizado de Preços no Consumidor (IHPC) português apresentou uma variação homóloga de 1,9% (2,5% no mês anterior) e inferior em 0,3 p.p. ao valor estimado pelo Eurostat para a área do Euro (em agosto, a taxa de variação homóloga do IHPC português tinha sido superior em 0,5 p.p. à da área do Euro).
Excluindo produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal atingiu uma variação homóloga de 1,6% em setembro (2,3% em agosto), taxa inferior à da área do Euro (estimada em 2,4%).
O IHPC registou uma variação mensal de 1,0% (-0,1% no mês anterior e 1,6% em setembro de 2024) e uma variação média dos últimos doze meses de 2,4% (valor idêntico no mês precedente).
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