A Expo 2025 arrancou em 13 de abril e decorreu até 13 de outubro na ilha artificial de Yumeshima, localizada na orla de Osaka, Kansai, no Japão.
Em entrevista telefónica a partir de Osaka, Joana Gomes Cardoso faz um balanço "muito positivo" da participação portuguesa ao longo destes seis meses.
"Excede todas as nossas expectativas, todos os indicadores que nós tínhamos foram superados, mas eu nesta fase até diria que mais do que os números são as pequenas histórias que fazem a diferença", prossegue a comissária-geral.
No último dia da exposição, em particular, "- é algo que se calhar não é tão comum noutros países, mas que acontece muito no Japão, as pessoas expressam-se muito com bilhetinhos, com notinhas - e o nosso Pavilhão recebeu assim uma enchente de notinhas, de cartinhas, crianças que nos vinham dar pins, com muitos agradecimentos e a dizerem que querem muito visitar Portugal", relata a responsável.
Isto "não é tão objetivo como os números, mas para mim é tão ou mais importante do que os números, que esses falam por si", diz Joana Gomes Cardoso.
O número de visitantes do Pavilhão de Portugal estimados era de 1,2 milhões, mas feitas as contas no final, teve quase o dobro (2,3 milhões).
"Sinceramente, achámos que estávamos a ser otimistas com 1,2 [milhões de visitantes]" nos seis meses do evento, confessa.
E esses "são números também muito realistas e não empolados, ou seja, eles nem sequer contabilizam o restaurante que tinha filas, que teve sempre filas de manhã à noite, ou a sala de exposições temporária que podia ter um acesso direto, estes números - 2,3 [milhões] são mesmo só as pessoas que fizeram fila e que visitaram o pavilhão do princípio ao fim", relata a comissária-geral.
O Pavilhão de Portugal foi um projeto do arquiteto japonês Kengo Kuma que expressa a dinâmica do momento oceânico, utilizando 9.972 cabos suspensos que pesam mais de 60 toneladas, e redes recicladas para criar um efeito perene e exposto aos elementos naturais como o sol e o vento. Portugal participou na Expo Osaka com o tema "Oceano, Diálogo Azul".
Quanto à origem dos visitantes, a maioria foi do Japão.
"Também tivemos bastantes coreanos", diz, referindo que não há dados fidedignos porque não questionada a nacionalidade dos visitantes, como também chineses, alemães.
"E curiosamente muito mais portugueses do que imaginávamos", acrescenta Joana Gomes Cardoso.
Até porque "todos os dias tivemos portugueses", quer na Páscoa, quer agora nos últimos dias, "muitos grupos, muitas excursões de portugueses que vinham pela primeira vez ao Japão e que vieram até a Expo", salienta, referindo ter sido "muito gratificante poder encontrar tantos portugueses" que, no geral, tiveram uma "reação era de grande entusiasmo" com o Pavilhão de Portugal.
Apesar dos cidadãos nacionais serem "sempre os mais exigentes, com todos os pavilhões foi essa a experiência também dos outros comissários dos outros países", neste caso "devo dizer que a recetividade em geral foi sempre muito positiva do nosso público nacional visitante", partilha a responsável.
Estes últimos dias "chegavam-nos grupos de portugueses de 30 a 40 portugueses por dia e às vezes dois e três, houve momentos em que nós tínhamos, por exemplo, 100 portugueses por dia", conta a comissária-geral, partilhando um episódio.
"Houve um dia que um grupo que chegou disse-nos que num outro grupo estava o [músico] Quim Barreiros - que estava e que veio -, e depois o grupo do Quim Barreiros disse-nos que estava a [jornalista] Dina Aguiar", relata, para ilustrar a diversidade de pessoas que visitaram o pavilhão português.
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