O Governo entregou esta quinta-feira, no parlamento, a proposta de Orçamento do Estado para 2026 (OE2026), onde prevê excedentes de 0,3% do PIB em 2025 e de 0,1% em 2026, uma estimativa que "é consistente com o Plano Nacional Orçamental-Estrutural de Médio Prazo 2025-2028 de Portugal, divulgado no ano passado", destacou Thomas Torgeson, analista de Global Sovereign Ratings da Morningstar DBRS, à Lusa.
O analista disse que a agência de notação financeira já antecipava que o excedente "diminuísse e se transformasse num pequeno défice nos próximos anos", sendo que o plano projeta que o excedente diminuirá para 0,1% em 2026, antes de aumentar para 1,1% em 2027.
"Existem alguns riscos em torno das perspetivas de crescimento, o que pode dificultar o cumprimento dessa meta", assumiu Thomas Torgeson, ainda que destacando que, "mesmo que haja algum deslizamento orçamental gerível, isso não altera materialmente a atual trajetória de redução do rácio dívida/PIB".
No cenário macroeconómico do OE2026, o executivo prevê que o Produto Interno Bruto (PIB) cresça 2% neste ano e 2,3% em 2026.
Em julho, a DBRS manteve o 'rating' de Portugal na classificação de "'A' (elevado)" e reafirmou a perspetiva estável para a notação financeira da República portuguesa.
Nessa decisão, estas premissas já tinham sido tidas em conta, além de que o orçamento segue as metas do plano submetido a Bruxelas, "apesar de alguma incerteza macroeconómica e geopolítica adicional".
O analista da DBRS acrescentou ainda que os governos portugueses "permaneceram firmemente comprometidos com a redução da dívida pública".
Na proposta de Orçamento, o Governo projeta uma redução do rácio da dívida para 90,2% do PIB em 2025 e 87,8% em 2026.
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