"A proposta orçamental portuguesa não altera, nesta fase, a previsão da S&P de um ligeiro défice orçamental de 0,6% do PIB em 2026 - uma visão mais conservadora do que a meta do Governo português de um excedente orçamental de 0,1%", apontou Adrienne Benassy, analista de crédito soberano da S&P Global Ratings, à Lusa.
A analista disse que a projeção da S&P "reflete pressões adicionais sobre os gastos decorrentes da defesa e dos investimentos de capital, à medida que o país acelera os projetos financiados pelo Next Generation EU".
Ainda assim, Adrienne Benassy admitiu que "o sólido histórico de prudência orçamental de Portugal poderá conduzir a um resultado melhor do que o esperado".
"O principal impulsionador da elevação da classificação do S&P para A+ continua a ser a sólida posição externa do país, apesar das tensões comerciais em curso, o que é consistente com as nossas premissas", concluiu.
Em 29 de agosto, a S&P subiu o 'rating' de Portugal para a classificação de 'A+', com a perspetiva a passar de positiva para estável.
A S&P prevê que o rácio da dívida pública deverá continuar a trajetória de redução, atingindo 82% do PIB em 2028, projetando um excedente de 0,2% do PIB este ano, abaixo dos 0,3% estimados pelo Governo, e um défice de 0,6% em 2026.
O Governo entregou esta quinta-feira no parlamento a proposta de OE2026, onde prevê alcançar excedentes de 0,3% do PIB em 2025 e de 0,1% em 2026.
Quanto ao rácio da dívida, estima a redução para 90,2% do PIB em 2025 e 87,8% em 2026.
A Lusa pediu também um comentário às restantes agências de 'rating' que acompanham a economia portuguesa e aguarda respostas.
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