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Moçambique mantém preço de referência de castanha de caju em 45 meticais

Moçambique decidiu hoje manter o preço de referência ao produtor de castanha de caju em 45 meticais (0,61 euros) nesta campanha, para garantir sustentabilidade do setor, uma das principais culturas de rendimento do país, em forte crescimento.

Moçambique mantém preço de referência de castanha de caju em 45 meticais

© Lusa

Lusa
10/10/2025 15:39 ‧ há 11 horas por Lusa

Economia

Moçambique

"Vamos manter o preço de referência em 45 meticais. E vamos fazer acompanhamento da evolução da condição do mercado. Nada a obstar que este comité volte a reunir-se para, em face das variações do mercado, poder discutir sobre a fixação de um outro preço de referência", disse hoje o secretário do Estado do Mar e Pescas, Momade Juízo, defendendo um incentivo e remuneração "justa" a quem trabalha na cadeia de valor, para garantir a sustentabilidade do setor.

 

O governante falava em Maputo durante a primeira sessão do Comité de Amêndoas, que se realiza anualmente, visando definir o preço de referência de compra da castanha de caju ao produtor em cada campanha de comercialização, neste caso de 2025/2026, tendo apontado desafios ligados a questões financeiras que levaram ao encerramento de algumas unidades de processamento nos últimos anos.

"A indústria nacional de processamento (...) tem vindo a enfrentar desafios nos últimos anos, devido à conjuntura macroeconómica", fatores que, segundo o governante, "contribuíram para o aumento dos custos de produção e reduziram a capacidade financeira de muitas empresas de processamento, levando ao encerramento de algumas unidades por falta de capital e aquisição de matéria-prima".

Momade Juízo anunciou que o país prepara a assinatura de um memorando de entendimento com o Governo da China, visando abrir novo mercado para exportação de castanha de caju e macadâmia para aquele país asiático.

"Este acordo terá benefícios diretos para os nossos produtores, processadores e exportadores ao alargar as oportunidades de comercialização deste produto", assegurou.

A comercialização de castanha de caju em Moçambique atingiu na última campanha de 2024/2025 cerca de 195.400 toneladas, sendo um marco histórico mais próximo do recorde dos anos 70, quando o país foi um dos maiores produtores mundiais, segundo dados avançados hoje durante a sessão pelo secretário do Estado.

A exportação de castanha de caju por Moçambique continua a crescer, atingindo 38,7 milhões de dólares (33 milhões de euros) no primeiro trimestre, liderando nas vendas ao exterior entre os designados "produtos tradicionais", segundo dados do Banco de Moçambique noticiados pela Lusa este mês.

De acordo com a informação do Ministério da Agricultura, Ambiente e Pescas, a produção de castanha de caju em Moçambique atingiu há 50 anos, ainda no período colonial, mais de 200 mil toneladas anuais e, até meados da década de 70, Moçambique era o segundo maior produtor mundial de caju (210 mil toneladas processadas em 1973), atrás apenas da Índia, que comprava na altura, e ainda hoje, grande parte dessa produção.

Após a independência de Moçambique, em 25 de junho de 1975, a produção caiu para menos de 10%, para cerca de 15 a 20 mil toneladas anuais, mas tem vindo anualmente a crescer e na última campanha de 2024/2025 ganhou destaque de maior produtor de castanha de caju, mantendo-se no sétimo lugar.

O Governo moçambicano estima que a produção de castanha de caju, uma das principais culturas de rendimento nacional, aumente 23% este ano, para 218.900 toneladas, com a área de cultivo também a disparar.

Segundo dados anteriores do Ministério da Agricultura, a cadeia de valor das amêndoas em Moçambique "conta com cerca de 1.047.000 famílias, 69 empresas e 7.287 trabalhadores em todo o pais" e só na província de Maputo essa atividade envolve 32.168 famílias sendo "o principal centro de consumo das amêndoas, gerando inúmeras oportunidades de negócio".

Leia Também: Preços em Moçambique subiram 0,29% em setembro

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