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Café emprega mais de 1.500 famílias moçambicanas na Gorongosa

A produção de café já emprega mais de 1.500 famílias no distrito de Gorongosa, na província de Sofala, Centro de Moçambique, anunciaram hoje as autoridades daquela área protegida, estimando um número ainda maior de empregos indiretos.

Café emprega mais de 1.500 famílias moçambicanas na Gorongosa

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Lusa
08/10/2025 07:43 ‧ há 9 horas por Lusa

Economia

Café

"Estamos a falar agora de um mínimo de 1.500 famílias que já estão a praticar o café", disse à comunicação social Pedro Muagura, administrador do Parque Nacional da Gorongosa (PNG).

 

Segundo o responsável, além das famílias que beneficiam diretamente, esta cultura está a gerar também empregos secundários naquela região: "Porque as pessoas vão precisar de pessoas para colher, para além dos membros das famílias, que dispensam agora o emprego formal".

"No ano passado tivemos um [produtor de café de nível familiar] que conseguiu 250 mil meticais [3.300 euros]. Esse indivíduo não precisa de procurar emprego para receber cinco ou seis mil meticais [67 a 80 euros] por mês, porque já consideram que é um emprego garantido para pai, mãe e filhos", explicou o administrador daquela área de conservação.

O Parque Nacional de Gorongosa está localizado na província de Sofala, zona centro de Moçambique, no distrito do mesmo nome do parque, situado no limite sul do grande Vale do Rift Africano.

De acordo com as autoridades, Gorongosa produz cerca de cinco toneladas de café a cada três meses, sendo os principais países compradores Portugal, Inglaterra e os Estados Unidos da América, mas "Moçambique é o primeiro consumidor".

O PNG anunciou em finais do mês passado que o Governo da Noruega vai disponibilizar 427 milhões de meticais (5,6 milhões de euros) para atividades do parque, que incluem a restauração da área de conservação, apoiando ainda a permanência das raparigas da região na escola, além da ajuda aos agricultores e jovens locais.

"Estamos gratos à Noruega - e a todos os nossos doadores e parceiros - cuja generosidade protege a Gorongosa e capacita as suas comunidades nos próximos anos", refere-se numa nota do parque.

Por sua vez, a embaixada da Noruega em Maputo avançou num comunicado que a Gorongosa, antes "devastada pela guerra", é atualmente um exemplo de como a conservação e as comunidades podem andar de mãos dadas e descreveu que o acordo vai apoiar raparigas a permanecerem na escola, agricultores a aumentarem os seus rendimentos através da produção de café, caju e mel, e jovens a encontrarem novas oportunidades na conservação e no ecoturismo.

A produção sistematizada de café em Moçambique começou há quase cinco anos, estando concentrada, sobretudo, na Gorongosa.

A Lusa noticiou anteriormente que Moçambique conta atualmente com cerca de 300 hectares para produção de café e, quando se assinalam 50 anos de independência, o sonho de quem produz esta cultura é ver o nome do país entre os principais produtores do continente.

"Nós estamos numa fase muito embrionária, mas a ideia é ir trabalhando [para afirmação]. Não podemos competir com os grandes agora, estamos a começar. O que temos de fazer é produzir um café com qualidade para podermos ganhar este mercado fora de Moçambique", disse na altura o presidente da Associação Moçambicana de Cafeicultores (Amocafé) Jenaro Lopes, em entrevista à Lusa.

Neste ano, no total, Moçambique espera produzir quase 100 toneladas de café, depois de ter alcançado 40 toneladas no ano passado.

A estratégia em curso conta com o financiamento de quatro milhões de euros da Agência Italiana de Cooperação, além do envolvimento de mais 2.200 famílias produtoras.

A estratégia para o desenvolvimento desta cultura no país vai priorizar a investigação, investimento e formação de técnicos, prevendo alcançar cerca de 5.000 hectares de área de produção, num plano de 10 anos.

Leia Também: Portugal entra no top 5 das melhores receitas com café do mundo

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