"A AEP continua a acompanhar a evolução deste 'dossier', que está a seguir os trâmites legais normais, e totalmente empenhada em encontrar uma solução, cuja estratégia está completamente alinhada com a Câmara Municipal de Matosinhos", afirmou à agência Lusa o presidente do Conselho de Administração da AEP e da Exponor.
Numa resposta escrita enviada à Lusa, Luís Miguel Ribeiro referiu que a associação está atualmente "a trabalhar" num plano que "prevê que o parque de exposições continue a ser um ativo da AEP, não só na sua exploração, mas, eventualmente também na propriedade".
A Cushman & Wakefield (C&W) anunciou na segunda-feira que está a comercializar o património da Nexponor, um fundo imobiliário a quem a AEP entregou, em 2013, a Exponor e respetivos terrenos no âmbito do plano de reestruturação financeira da associação.
Na altura sob a liderança de José António Barros, a AEP "limpou" a maior parte do seu passivo bancário entregando a Exponor a este fundo, numa operação em que os créditos da banca foram convertidos em unidades de participação, detendo a associação um contrato de arrendamento para explorar o parque.
Questionado pela Lusa sobre se a associação iria apresentar formalmente uma proposta de compra da Exponoro à C&W -- o período de entrega de propostas pelos interessados decorre até 20 de novembro -- Luís Miguel Ribeiro não esclareceu.
"Certo é que seremos sempre uma parte ativa", enfatizou.
Segundo o dirigente associativo, os potenciais interessados no negócio "terão na AEP uma mais-valia para o desenvolvimento do projeto previsto, cuja âncora principal é o parque de exposições da Exponor".
"Neste momento, o ativo está no mercado. Para já, temos de aguardar a evolução do processo", referiu.
Salientando que o processo "não colocará em causa a agenda de feiras e o normal funcionamento da Exponor", Luís Miguel Ribeiro afirma-se convicto de que "as empresas e o país continuarão a dispor de uma infraestrutura incontornável para a promoção da valorização da oferta das empresas nacionais e o reforço da internacionalização da economia portuguesa".
Para além dos pavilhões de feiras, centro de congressos, edifício de serviços e parque de estacionamento que integram a Exponor, o património da Nexponor inclui dois lotes de terreno para promoção imobiliária, numa área total de 180.000 metros quadrados em Leça da Palmeira, Matosinhos.
Em abril de 2024, a Câmara de Matosinhos aprovou um Pedido de Informação Prévia (PIP) para um mega projeto naqueles projetos que, além da modernização da Exponor, prevê um empreendimento de uso misto (serviços, comércio, turismo e habitação) com uma área bruta de construção acima do solo de 177.000 metros quadrados.
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