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Taxa de emigração dos jovens atingiu 18,2% em 2021

Quase um quinto dos jovens nascidos em Portugal entre os 25 e 34 anos estava emigrado, em 2021, concluiu o Banco de Portugal (BdP), sendo que os mais qualificados estão menos representados.

Taxa de emigração dos jovens atingiu 18,2% em 2021

© Global Imagens

Lusa
07/10/2025 15:58 ‧ há 8 horas por Lusa

O estudo, incluído no boletim económico divulgado hoje, conclui que a taxa de emigração dos jovens entre os 25 e 34 anos foi de 18,2% em 2021, com base nos Censos, valor que compara com 19,2% em 2001 e com 13,5% em 2011.

 

O BdP salienta que "os emigrantes jovens em 2001 refletem ainda fluxos de emigração antes do 25 de abril de 1974, incluindo decisões familiares de emigração", pelo que "uma parte relevante dos emigrantes jovens observados em 2001 terão saído do país ainda na infância".

Por outro lado, "os valores para 2021 estão influenciados pelos fortes fluxos de emigração entre 2011 e 2014, durante o Período de Assistência Económica Financeira", ainda que "mesmo subtraindo dos emigrantes jovens em 2021 um majorante para o 'excesso de emigração' entre 2011--14, estimado comparando estes fluxos com a média dos anos seguintes, tal implicaria uma diminuição da taxa de emigração neste segmento inferior a 2 pontos percentuais".

Já olhando para a desagregação entre escalões etários, entre os 15 e os 24 anos, com uma percentagem elevada da população ainda em percurso escolar, "o aumento da taxa de emigração é substancial", sendo que em 2001 apenas 6,6% deste segmento estava em situação de emigração e, em 2021, esta percentagem tinha quase duplicado, para 12%.

"Esta evolução reflete, por um lado, o número crescente de jovens portugueses a estudar no estrangeiro, em particular na União Europeia. Por outro lado, a decisão de emigração surge cedo no ciclo de vida dos jovens, quer para aqueles que terminam a escolaridade obrigatória quer para aqueles com formação superior", indica o BdP.

Nesta análise, é destacada ainda a escolaridade e qualificações dos jovens. Enquanto em 2001, 12% dos emigrantes tinha o ensino superior completo e 53% não tinha completado o ensino secundário. Em 2021, a fração de emigrantes com ensino superior era de 31% e a dos indivíduos sem o ensino secundário tinha diminuído para 35%.

"Assim, a decisão de emigrar não parece estar enviesada para os jovens com maiores qualificações, dado que os jovens mais qualificados estão menos representados entre os emigrantes do que nos jovens residentes em Portugal", nota o BdP.

Existem também dados comparativos com a Europa, que permitem concluir que a taxa de emigração jovem portuguesa para países europeus é das maiores da Europa.

Quanto aos destinos, os jovens foram para França (48 mil), Reino Unido e Suíça (acima dos 30 mil).

Recorde-se que este tema marcou uma das divergências entre o Governo e Mário Centeno, na altura governador do BdP. Centeno defendeu que Portugal consegue reter os recém-licenciados, enquanto o ministro das Finanças reiterava que Portugal tem um "problema de retenção e atração de jovens qualificados", sendo essa uma das justificações para avançar com medidas destinadas aos jovens, como o IRS Jovem.

Mário Centeno defendeu que Portugal consegue reter os recém-licenciados, apontando que a discussão em torno das qualificações tem vindo a ser feita com base em "números enganadores" e sinalizou que se pode dizer que "Portugal tem conseguido ser recetor líquido de diplomados".

O ministro das Finanças apontou, no entanto, que "as políticas públicas devem ser baseadas em dados, evidência empírica e factos".

"Se considerarmos apenas a população ativa entre 18 e 35 anos, temos uma quebra significativa do número de licenciados", afirmou Miranda Sarmento. "Em 2023, Portugal já só tinha 611 mil licenciados, o que significa que reduzimos em 42 mil o número de jovens com, pelo menos, uma licenciatura", destacou na altura.

O governante notou que as universidades portuguesas "formam entre 50 a 60 mil por ano, mais mestrado e doutoramento são 80 mil", sendo que "entre 2021 e 2023 perdemos 42 mil jovens com habilitações superiores", apesar de ter formado 80 mil.

Leia Também: BdP prevê abrandamento do emprego e estabilização do desemprego até 2027

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