"A poupança beneficiou da estabilidade de preços, num contexto de incertezas económicas, incentivando os agentes económicos a reforçarem as suas reservas financeiras", reconhece o Banco de Moçambique, no mais recente relatório de inclusão financeira.
Em 2005, os depósitos de poupança no sistema financeiro moçambicano rondavam os 3,6 milhões de meticais (48 mil euros) por cada 1.000 adultos, registo que em 2023 já tinha chegado a 33,6 milhões de meticais (448 mil euros), segundo o histórico do relatório.
Acrescenta igualmente que a poupança financeira em Moçambique aumentou quatro pontos percentuais em 2024, para depósitos totais equivalentes a 49% do Produto Interno Bruto (PIB).
"A poupança financeira per capita também cresceu, 4,2 pontos percentuais, acompanhando a tendência de maior acumulação de depósitos no sistema bancário", refere-se ainda no documento.
Do total da poupança no país, 45% estava concentrada, no final de 2024, em Maputo (cidade e província).
O Banco de Moçambique sublinha, contudo, que esses depósitos "registaram um comportamento diferenciado entre províncias, com aumentos expressivos em algumas regiões", destacando-se Maputo, ao crescer 16 pontos percentuais, enquanto províncias como Sofala e Nampula cresceram apenas, respetivamente, dois e um ponto percentual.
"Apesar destes incrementos, a mobilização de poupança continua a ser um desafio em algumas províncias, especialmente nas que registam os menores níveis de depósitos como Niassa e Manica", aponta-se ainda no documento.
O sistema financeiro moçambicano regulado pelo Banco de Moçambique conta com 15 bancos, 13 microbancos, três instituições de moeda eletrónica, quatro instituições de transferência de fundos, quatro cooperativas de crédito, 13 organizações de poupança e empréstimo, duas sociedades financeiras de corretagem, e mais de 2.200 operadores de microcrédito, entre outros.
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