O novo governador do Banco de Portugal, Álvaro Santos Pereira, defendeu hoje reformas estruturais para promover o crescimento e disse ser preciso "fazer mais" para fomentar a habitação, desde logo a nível autárquico, no discurso de tomada de posse.
No discurso no Museu do Dinheiro, em Lisboa, o economista considerou que Portugal está hoje melhor do que há uma década em termos económicos, mas considerou que ainda assim são precisas mais "políticas que promovam o crescimento", defendendo que para isso são essenciais reformas estruturais, sem, contudo, detalhar as que defende.
Também em termos de endividamento de Estado, famílias e empresas (incluindo bancos), considerou Santos Pereira que houve melhorias, mas disse que é preciso prosseguir a redução da dívida para que todos os agentes económicos estejam mais bem preparados para eventuais crises.
Santos Pereira destacou ainda parte do discurso ao mercado imobiliário, considerando que é um problema a falta de de casas e que é necessário promover a construção, cabendo aí um importante papel ao poder local.
"Compreende-se as iniciativas recentes para ajudar famílias e jovens mas é preciso fazer mais e não só o Governo central, também as autarquias", disse.
Para Santos Pereira, é importante diminuir os bloqueios e restrições à construção pela câmaras municipais, pois, a seu ver, são mais "as inúmeras restrições à construção do que a falta de incentivos económicos".
No início do seu discurso, Santos Pereira voltou a destacar o princípio da independência do banco central, já referido na sua audição no parlamento, afirmando que o BdP cumprirá esse princípio consigo como governador.
Hoje é dia 1 do novo governador
O economista Álvaro Santos Pereira, de 53 anos de idade, tomou hoje posse como governador do Banco de Portugal, sucedendo a Mário Centeno. O economista foi ministro da Economia de 2011 a 2013, no governo PSD/CDS-PP de Passos Coelho.
Santos Pereira era economista-chefe da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) quando, em 24 de julho deste ano, o Governo (PSD/CDS-PP) anunciou a sua escolha para suceder a Centeno (ex-ministro das Finanças de Governos PS).
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