No total, mais de uma em cada três (37,9%) das empresas teve prejuízos em 2024, o que, ainda assim, representa uma redução face aos 38,3% de 2023.
De acordo com os dados hoje publicados pelo BdP, a percentagem de empresas em potencial situação de risco diminuiu, como se verifica nos quatro principais indicadores de risco: empresas com capital próprio, EBITDA ou resultado líquido inferior a zero euros, ou com gastos de financiamento superiores ao EBITDA.
Em 2024, 13,5% das empresas não geraram um resultado antes de impostos, juros, depreciações e amortizações (EBITDA) suficiente para garantir a cobertura dos gastos de financiamento, representando uma descida de 0,4 p.p. face a 2023, destacando-se a evolução positiva "mais acentuada nos setores do alojamento e restauração e da construção e atividades imobiliárias".
A percentagem de empresas com capital próprio negativo -- ou seja, com passivo superior ao ativo -- recuou 0,2 p.p. para 26,5% e a de empresas com EBITDA negativo baixou 0,5 p.p. para 31,8%.
De acordo com os dados do banco central, o EBITDA cresceu 2,5%, apesar de as margens deste indicador em percentagem do volume de negócios se terem contraído 0,1 pontos percentuais (p.p.), para 13,4%.
Para esta redução das margens, contribuiu, sobretudo, o aumento mais acentuado dos gastos com pessoal (8,5%).
Já o volume de negócios cresceu 3,3%, numa evolução que "foi transversal a todos os setores de atividade, com exceção da eletricidade, gás e água", refere o BdP.
Por sua vez, a rendibilidade do ativo (a relação entre o resultado líquido e os ativos) recuou 0,2 p.p., para 9,3%, uma descida que também foi transversal a todos os setores de atividade, com exceção da construção e atividades imobiliárias.
A rendibilidade dos capitais próprios -- relação entre o resultado líquido e os capitais próprios -- também recuou, ainda que tenha apresentado uma variação homóloga superior, na ordem dos 0,9 p.p.. Segundo o BdP, "esta redução foi justificada pela contração do resultado líquido, a par do aumento dos capitais próprios":
Os dados compilados pelo banco central português concluíram ainda que as empresas em Portugal reforçaram os seus capitais próprios, o que alavancou o aumento da autonomia financeira.
Este indicador, que se baseia no rácio do capital próprio no total do ativo, aumentou de 42,8% em 2023 para 44,3% no ano em análise, tendo subido em todos os setores de atividade, "mas foi mais acentuado no setor do alojamento e restauração (2,9 p.p.)".
Apesar da inversão da tendência de subida das taxas de juro em 2024 o custo dos financiamentos subiu 0,4 p.p. em 2024 face ao final de 2023, atingindo os 5%.
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