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Reparação de equipamentos pode "ficar no papel". Eis o alerta da DECO

A DECO alertou hoje que a nova diretiva do direito à reparação "corre o risco de ficar apenas no papel" se não forem adotadas medidas concretas para reduzir os preços e simplificar os processos de reparação dos eletrodomésticos.

Reparação de equipamentos pode "ficar no papel". Eis o alerta da DECO

© Shutterstock

Lusa
02/10/2025 20:00 ‧ há 3 horas por Lusa

Economia

DECO

A diretiva, aprovada em maio de 2024 e em vigor a partir de julho de 2026, obriga os fabricantes a reparar produtos danificados, a disponibilizar aos consumidores formulários com prazos e custos estimados e a conceder uma extensão de um ano à garantia legal após a reparação, numa tentativa de estimular a economia circular.

 

Segundo a responsável de Enforcement e Relações Internacionais da Deco, Rosário Tereso, os consumidores estão dispostos a fazer escolhas sustentáveis, mas enfrentam "preços elevados, obsolescência precoce e 'greenwashing' de algumas marcas", o que torna a decisão difícil.

"Se o custo da reparação for atingir sensivelmente 30%, os consumidores optam pela substituição e abandonam a reparação", afirmou durante um debate sobre consumo sustentável organizado pela Associação Portuguesa da Indústria Eletrodigital (AGEFE). Rosário Tereso acrescentou ainda que a legislação não resolve "dois dos principais obstáculos": o valor das peças e a duração dos procedimentos.

Para a Deco o direito à reparação só será efetivo se forem criadas condições para que seja uma opção simples e acessível, nomeadamente através de apoios financeiros semelhantes aos que existem em países como Alemanha ou Áustria.

Também o setor da reparação apontou fragilidades no modelo atual. O co-CEO da Afontec, Bruno Ferreira, defendeu a necessidade de certificação obrigatória para técnicos e denunciou a concorrência desleal de oficinas ilegais.

"Não é qualquer pessoa que pode abrir um equipamento e mexer na cablagem", afirmou o responsável da empresa especializada em prestação de serviços na área da electrónica, lembrando ainda que muitas peças chegam a custar mais de 100% do valor de um equipamento novo, o que inviabiliza reparações.

Da parte do retalho, o presidente da Euronics em Portugal, Jorge Lopes, considerou que a reparação deve ser "a primeira opção" apresentada ao consumidor, mas advertiu que é indispensável garantir transparência no tempo e no custo dos serviços.

Já o senior service manager da Samsung, Luís Castro, destacou que os fabricantes estão a investir em soluções para reduzir custos e acelerar diagnósticos. "Hoje já temos diagnósticos assistidos por inteligência artificial e técnicas que permitem tornar a reparação mais eficiente e acessível", disse.

Leia Também: Cesto de compras mais barato, mas este alimento já encareceu 39% este ano

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