Segundo uma nota publicada hoje na página oficial da AdC, "em 26 de setembro de 2025, em face do requerimento apresentado pela Notificante [Idealista], o Conselho da Autoridade da Concorrência [...] declara extinto o procedimento correspondente à análise da operação [...] Idealista / Portal47, [...] no pressuposto de que não se realizará a operação de concentração notificada".
Na quarta-feira, a Idealista anunciou a desistência da compra da Portal47, empresa gestora do portal Kyero, devido ao "escrutínio da Autoridade da Concorrência", considerando que a decisão da AdC de "levar a operação a segunda fase" tornou o negócio inviável.
"[A AdC] provocou um atraso material no fecho da operação, o que prejudicou os interesses do idealista, tendo levado a empresa a renunciar a esta aquisição", lê-se no 'site' do idealista.
A plataforma teceu ainda críticas à atuação do regulador português.
"Não descartamos que a AdC possa ter querido aproveitar a compra de um portal mais pequeno para pronunciar-se sobre a atividade do idealista no futuro", afirmou um porta-voz da empresa.
A AdC recusou as críticas da idealista, dizendo que não viu "qualquer iniciativa" do grupo para resolver as preocupações identificadas.
"A idealista apresentou inicialmente a operação em causa como uma mera aquisição de um 'player' com uma quota negligenciável de mercado", disse, mas, "ao longo da sua investigação, a AdC pôde verificar que os vários participantes do mercado percecionavam a Kyero como uma empresa relevante, configurando até um dos principais concorrentes no segmento internacional de plataformas imobiliárias online", destacou o regulador.
No início de junho a AdC deliberou que iria adotar uma decisão de "passagem a investigação aprofundada", uma vez que a "operação de concentração em análise suscita sérias dúvidas, à luz dos elementos recolhidos".
A Portal47 é uma sociedade britânica, dona do portal kyero - uma plataforma 'online' de anúncios classificados imobiliários.
Esta plataforma destina-se a particulares, que residam na Alemanha, Reino Unido e no Norte da Europa, que queiram comprar ou arrendar um imóvel em França, Itália, Portugal e Espanha.
Leia Também: AdC recusa críticas da idealista e diz que não tentou resolver preocupações