"Ao longo dos anos, o Mecanismo Único de Resolução (SRM, em inglês), foi muito beneficiado pela riqueza de conhecimento do Banco de Portugal, em especial nas estratégias de transferência e bancos de transição", disse Dominique Laboureix, na sua intervenção numa conferência que assinala o 10.º aniversário do SRM.
No Museu do Dinheiro, em Lisboa, o responsável do SRB reconheceu que Portugal, através do seu banco central, "teve sempre uma relação especial com a resolução".
"Não apenas foi um dos primeiros Estados-membros da União Europeia (UE) a adotar regulamentação de resolução, como foi um dos primeiros a enfrentar dois casos de resolução (...) antes da entrada do SRM", afirmou, remetendo para os casos do Banco Espírito Santo, em 2014, e do Banif, em 2015.
Para Laboureix, esta experiência em Portugal e o entendimento sobre os impactos para a economia distinguiu o BdP das outras autoridades responsáveis pela resolução noutros países, algo que "também foi sentido desde o início" pelos funcionários do SRB em Bruxelas.
Labroureix participou na conferência '10 Years of the SRM -- A Decade Delivering a More Resilient Financial System', que assinala os 10 anos da entrada em vigor do Mecanismo Único de Resolução.
O responsável elogiou o mecanismo para a resolução bancária que foi criado de raiz, mas que o trabalho não acaba aí.
"A gestão de crise, por natureza, é sempre complicada. Não esperem uma decisão de resolução sem soluços. Isso não vai acontecer, nunca", assinalou, apontando que as crises sucessoras tendem a ser diferentes das anteriores.
"É por isso que precisamos de continuar o nosso trabalho, passo a passo, e com muita confiança nas nossas capacidades", registou.
O Mecanismo Único de Resolução entrou em pleno funcionamento em 01 de janeiro de 2016 e é o sistema de resolução para o setor bancário, sendo o segundo pilar da União Bancária dos Estados-membros da área do euro, ao lado do mecanismo único de supervisão e do sistema de garantia dos depósitos.
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