A semana começa com um comportamento misto dos preços dos combustíveis: o gasóleo deverá ficar ligeiramente mais caro, ao passo que a gasolina deverá registar uma descida no preço, de acordo com as previsões divulgadas na sexta-feira pelo Automóvel Club de Portugal (ACP).
Na prática, as previsões apontam para um aumento de meio cêntimo no caso do gasóleo e para uma descida de um cêntimo no preço da gasolina.
"Caso se confirmem as previsões para a próxima semana, o preço médio do gasóleo simples vai fixar-se nos 1,567 euros e o da gasolina simples 95 nos 1,703 euros", adianta o ACP.
Onde é mais barato abastecer?
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Como está o petróleo nos mercados internacionais?
A cotação do barril de Brent para entrega em novembro terminou na sexta-feira no mercado de futuros de Londres em alta de 1,02%, para os 70,13 dólares.
O crude do Mar do Norte, de referência na Europa, fechou a sessão no Intercontinental Exchange a cotar 71 cêntimos acima dos 69,42 dólares com que encerrou as transações na quinta-feira.
Hoje foi o curto dia consecutivo em que o crude fechou em alta, o que lhe permitiu acabar a semana acima dos 70 dólares, o que não se verificava desde o final de julho.
A recente tendência altista é atribuída aos ataques ucranianos com drones à infraestrutura energética russa, como o feito à refinaria de Afipski, no sudoeste russo, que causou um incêndio nas instalações e afetou o fluxo de exportações.
AIE considera aumento previsto das reservas de petróleo insustentável
Já este mês, recorde-se, a Agência Internacional de Energia (AIE) considerou que o aumento previsto das reservas de petróleo "é insustentável" depois de a produção ter atingido um máximo em agosto e de a OPEP ter decidido um novo aumento para outubro.
No relatório mensal sobre o mercado, a AIE estima que, no segundo semestre, as reservas mundiais crescerão em média 2,5 milhões de barris por dia, devido ao facto de a oferta estar a superar largamente a procura.
Só em julho, as reservas aumentaram 26,5 milhões de barris e foi o sexto mês consecutivo de expansão, acumulando 187 milhões de barris adicionais desde o início do ano.
A situação corre o risco de se agravar com a decisão, no domingo passado, da Organização dos Países Exportadores de Petróleo e seus parceiros (OPEP+), a menos que ocorra uma inflexão que modifique os atuais desequilíbrios do mercado devido às tensões geopolíticas, às políticas comerciais ou a novas sanções contra a Rússia ou o Irão, segundo os autores do relatório.
A OPEP+ acordou no domingo um novo aumento da produção de petróleo bruto para outubro de 137.000 barris por dia, uma subida que, no entanto, é menor do que o aplicado nos últimos meses devido ao enfraquecimento da procura mundial.
A AIE lembra que em agosto foi atingido um novo recorde na procura de petróleo bruto, com 106,9 milhões de barris, e calcula agora que, no conjunto do ano, será de uma média de 105,8 milhões de barris por dia, o que significa 2,7 milhões de barris por dia a mais do que em 2024, dos quais 1,3 milhões de barris por dia provenientes da OPEP+.
Para 2026, estima que o aumento será de mais 2,1 milhões de barris por dia, até 107,9 milhões de barris por dia, e um milhão de barris por dia será proveniente de produções adicionais da OPEP+.
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