A secretária de Estado da Administração Pública, Marisa Garrido, reuniu-se hoje com as três federações sindicais da Administração Pública, tendo proposto uma extensão do acordo de valorização em vigor, de modo a cobrir a atual legislatura, isto é, até 2029, e dado que o atual só vai até 2028.
Em comunicado, o Ministério das Finanças confirma que a proposta inicial do Governo prevê aumentos de "2,30%, com um mínimo de 60,52 euros, para o ano 2029, mantendo os aumentos estabelecidos para 2026, 2027 e 2028".
O acordo assinado em novembro de 2024 com duas das estruturas sindicais da função pública (a Fesap e Frente Sindical) prevê aumentos de 2,15%, com um mínimo de 56,58 euros no próximo ano.
Já para 2027 e 2028, o acordo estabelece aumentos de 2,3%, com um mínimo de 60,52 euros.
Na mesma nota, o Ministério das Finanças adianta ainda que a proposta hoje apresentada aos sindicatos inclui "outras matérias relevantes", nomeadamente "a revisão do regime de ajudas de custo em vigor, a evolução e revisão do SIADAP, bem como do Estatuto remuneratório do Pessoal Dirigente", em linha com as medidas previstas no programa do Governo.
O acordo assinado no ano passado atualizou em 5% o valor de abono das ajudas de custo a partir deste ano.
O Governo assegura ainda que "assumiu uma posição de total diálogo e discussão de todas as propostas apresentadas", tendo em vista "encontrar bases de entendimento que possibilitem um novo acordo com todos os sindicatos".
À saída da reunião de hoje, o secretário-geral da Frente Sindical da Administração Pública (Fesap) considerou a proposta do Governo "insuficiente", indicando que vai procurar melhorar a proposta, seja através de suplementos ou do aumento do subsídio de refeição.
A Fesap, afeta à UGT, propõe que a remuneração base na função pública suba para 973,41 euros em 2026 e uma atualização mínima de 95 euros para todos os trabalhadores, além do aumento do subsídio de alimentação para 10 euros por dia, isento de impostos.
Já a Frente Sindical, liderada pelo STE, reivindica um aumento salarial de 6,4% para todos os funcionários públicos em 2026 e uma atualização do subsídio de refeição para 12 euros.
Por sua vez, o coordenador da Frente Comum anunciou hoje uma greve geral de trabalhadores da administração pública no dia 24 de outubro, se o Governo não melhorar a proposta de valorização, que considera inaceitável.
Esta estrutura, afeta à CGTP, exige um aumento salarial de 15% num mínimo de 150 euros, a partir de 1 de janeiro, bem como a atualização do subsídio de alimentação para 12 euros.
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