"Saudamos a iniciativa e estudámos o estudo apresentado, mas no estado de desenvolvimento em que nos foi entregue não era possível concluir sobre as suas evidentes vantagens", afirmou hoje a CIP, em comunicado, rejeitando ter sido promotora de um estudo sobre o tema e das alegadas mais valias do projeto.
Segundo a CIP, o estudo sobre um novo traçado da linha de alta velocidade (LAV) entre Lisboa e o Porto foi apresentado à confederação pela ADFERSIT -- Associação para o Desenvolvimento dos Transportes de Portugal e pela GV Consultores, tendo sido "recebido para análise" com outros especialistas para, "na oportunidade, aquilatar da eventual mais-valia do novo traçado" proposto.
A avaliação, indica a CIP, "visou apreciar a eventual mais-valia económico-financeira do novo traçado, em linha com o compromisso da CIP em defender opções que beneficiem o interesse nacional", tendo dado conta do resultado da análise aos promotores do estudo, mas "mantendo-se distanciada da promoção ou validação" do projeto.
"A CIP concluiu que o estudo sobre um novo traçado da linha de alta velocidade (LAV) entre Lisboa e o Porto, no estado de desenvolvimento em que lhe foi apresentado, não permitia concluir sobre as suas evidentes vantagens", pode ler-se na nota informativa.
A Comunidade Intermunicipal (CIM) do Médio Tejo manifestou na quarta-feira satisfação pela existência de uma proposta alternativa que lhe foi apresentada para o traçado da Linha de Alta Velocidade no acesso ao Novo Aeroporto de Lisboa, previsto para Alcochete, destacando benefícios em termos de coesão territorial.
O estudo, a que a Lusa teve acesso, defende a passagem da linha pela margem esquerda do Tejo, beneficiando diretamente localidades como Santarém, Almeirim, Ourém e Fátima, bem como várias cidades do Médio Tejo, entre as quais Entroncamento, Tomar e Abrantes, estendendo a ligação a Castelo Branco, Covilhã e Guarda.
Esses locais são mencionados como beneficiados pela proposta da LAV Lisboa -- Porto (Soure) pela margem esquerda do Tejo, com estações intermediárias que atendem às necessidades regionais e turísticas.
Entre as vantagens apontadas estão a melhoria da coesão territorial, a redução de custos de construção e de expropriação por atravessar zonas mais planas e menos povoadas, a diminuição do impacto ambiental e a maior viabilidade económica, já que o traçado, segundo os promotores, poderá representar uma poupança de cerca de 3,6 mil milhões de euros em comparação com alternativas anteriores.
No documento de apresentação do estudo constavam os logótipos da GV Consultores de Engenharia, da ADFERSIT -- Associação para o Desenvolvimento dos Transportes em Portugal, e da Confederação Empresarial de Portugal (CIP).
Leia Também: Motociclista morre colhido por comboio em Ovar