Esta ação constitui um "acordo restritivo da concorrência" em Itália, alertou hoje em comunicado a AGCM (Autorità Garante della Concorrenza e del Mercato).
As empresas afetadas são as maiores petrolíferas que operam em Itália: Eni, Esso, IP, Q8, Saras e Tamoil (esta última comprou em 2021 toda a rede da Repsol no país).
Em concreto, a Eni terá de pagar 336.214 euros (392.000 dólares), a Esso 129.363 euros (151.000 dólares), a IP 163.669 euros (191.000 dólares), a Q8 um total de 172.592 euros (201.000 dólares), a Saras 43.788 euros (51.100 dólares) e a Tamoil 91.029 euros (106.200 dólares).
A investigação da autoridade da concorrência italiana confirmou que estas seis petrolíferas se coordenaram para determinar o valor de um composto biológico usado nos combustíveis para cumprir a legislação vigente e que consta no preço final.
O valor deste composto passou assim de 20 euros para 60 euros por metro cúbico entre 2019 e 2023.
A AGCM considera que as petrolíferas impulsionaram vários aumentos de preço "determinados pela troca de informações direta ou indireta" entre si.
Depois do anúncio da multa, a petrolífera ENI, controlada pelo Estado italiano, emitiu um comunicado para expressar o seu "mais firme desacordo e surpresa" com as conclusões da AGCM.
O processo da AGCM baseia-se numa reconstrução forçada que ignora a lógica do mercado e deturpa os factos, retirando do contexto comunicações legítimas relacionadas com relações de fornecimento mútuo entre operadores", denuncia na nota.
Da mesma forma, a ENI classifica a multa como "paradoxal", já que o componente que a motivou "é imposto por obrigações normativas e representa apenas alguns cêntimos por litro no preço final do combustível".
Por isso, a Eni anunciou que defenderá "com firmeza" a sua reputação perante todas as instâncias competentes.
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