A procura pela dívida portuguesa emitida esta terça-feira atingiu máximos de 15 anos, o que, aliado às decisões de subida de 'rating', refletem a confiança que os investidores depositam no país, disse esta quarta-feira o ministro das Finanças.
O Estado português colocou esta terça-feira 5.000 milhões de euros numa emissão sindicada de dívida em obrigações a cerca de oito e 29 anos, operação que "beneficiou de uma forte adesão, tendo a procura ficado 13 vezes acima da oferta na maturidade mais curta e 23 vezes mais na linha que se vence dentro de 30 anos, algo que não acontecia desde 2010", salientou o Ministério das Finanças, em comunicado.
A oito anos foram colocados 3.500 milhões de euros, com uma taxa de cupão de 2,875% e 'yeald' de 2,961% e a procura a ultrapassar a oferta em 13 vezes, segundo o IGCP -- Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.
Em obrigações a 29 anos, o Estado português colocou 1.500 milhões de euros, com um cupão de 3,625% (e 'yeald' de 4,045%), tendo a procura ultrapassado em 23 vezes o montante colocado.
O ministro de Estado e das Finanças considerou, citado em comunicado, que "estes números, aliados às recentes subidas de rating pela Fitch e S&P refletem a confiança que os investidores depositam neste momento em Portugal".
"Esta confiança sai ainda reforçada pelas contas divulgadas ontem pelo Instituto Nacional de Estatística e que dão conta de uma revisão em baixa do rácio da dívida pública, assim como a manutenção do excedente orçamental", acrescentou Joaquim Miranda Sarmento.
O Ministério responsável pelas contas públicas salientou ainda que Portugal está "cada vez mais bem cotado junto dos investidores estrangeiros, que nesta operação representaram cerca de 85% da procura, no caso das OT a oito anos, e de quase 90% nos títulos a 30 anos".
O IGCP também destacou, esta terça-feira, que "esta forte procura permitiu à República [Portuguesa] emitir confortavelmente a sua transação".
A agência de notação financeira Fitch subiu o 'rating' de Portugal de A- para A, com 'outlook' (perspetiva) estável, a 12 de setembro, enquanto a S&P subiu a notação da dívida soberana para a classificação de 'A+', com a perspetiva a passar de positiva para estável, a 29 de agosto.
[Notícia atualizada às 15h03]
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