A Meo e outras operadoras europeias, reunidas hoje em Bruxelas, comprometeram-se em apoiar à liderança industrial europeia em inteligência artificial e tecnologias de segurança, defendendo que a conectividade é um ativo estratégico para competitividade.
Os operadores europeus estão reunidos no FT Connect Europe Forum, que decorre em Bruxelas.
Numa carta hoje divulgada, em que assinam os presidentes executivos (CEO) da Meo, Ana Figueiredo, da Orange, Christel Heydemann, ou Marc Murtra, da Telefónica, as operadoras referem que reúnem-se hoje em Bruxelas para expressar o apoio "à liderança industrial europeia em inteligência artificial e tecnologias de segurança, sustentada por redes poderosas e inovadoras".
A conectividade "é um ativo estratégico para a resiliência e competitividade coletivas da Europa, com base no relatório Draghi, a implementação das reformas delineadas na Bússola para a Competitividade ['Competitiveness Compass'] e a expansão do setor lançarão as bases para uma UE mais próspera, autónoma e segura", prosseguem na missiva.
O operadores manifestam ainda o apoio à expansão da capacidade computacional europeia, à IA e à sua democratização.
"Estamos comprometidos em contribuir para a ambição da Europa de desenvolver a liderança em IA, de controlar infraestruturas estratégicas e de fomentar ecossistemas inovadores", asseveram, referindo que "as redes e os serviços de conectividade são parte integrante da infraestrutura de IA da Europa e, por esse motivo", apoiam "os esforços da Comissão para impulsionar as gigafábricas de IA", no âmbito do Plano de Ação 'AI Continent'.
"Estamos a reforçar a capacidade computacional soberana da Europa através da construção de centros de dados e do investimento em serviços de 'cloud' e 'edge' que aproximam o processamento de dados dos utilizadores", salientam os operadores, apontando que as informações "não se encontram simplesmente em centros de dados isolados --- a conectividade desempenha um papel crucial na sua interligação".
Segundo as operadoras, prevê-se que o tráfego dos centros de dados ligados à IA cresçam a uma taxa anual de 50%.
"As redes fixas e móveis estão no centro da prestação de serviços de IA presentes e futuros a empresas, consumidores e governos, com requisitos crescentes de qualidade e desempenho", sublinham.
"Também nos esforçamos por democratizar o acesso à IA, já oferecemos amplo acesso a soluções de IA aos nossos clientes, com muitos de nós incluindo ferramentas de IA generativa em assinaturas existentes ou oferecendo 'smartphones' com tecnologia de IA", exemplificam.
O crescimento económico e a defesa moderna "dependem da conectividade, precisamos de mais investimento em redes 'gigabit' resilientes e inovadoras como alavancas essenciais para uma economia competitiva que gere novas oportunidades socioeconómicas, bem como para capacidades militares avançadas que mantenham os europeus seguros", defendem.
Isto porque "as novas realidades geopolíticas e comerciais internacionais são difíceis, especialmente no setor de tecnologia, e acrescentam ainda mais urgência à necessidade de reforma existente".
As operadoras de telecomunicações europeias "estão bem equipadas para ajudar a construir a infraestrutura digital de que este continente necessita", pelo que "ao implementarmos com urgência as recomendações sobre tecnologia e telecomunicações descritas no Relatório de Competitividade de Draghi podemos ajudar a construir uma União mais resiliente e competitiva", reforçam.
Reiteram que a nova lei das redes digitais ('Digital Networks Act') deve ser ambiciosa e indicar "uma mudança clara" para impulsionar o investimento.
Entre os signatários estão ainda o CEO e presidente da Telenor, Benedicte Schilbred Fasmer, o CEO Europe da Deutsche Telekom, Dominique Leroy, o CEO da KPN, Joost Farwerck, o CEO da TIM, Pietro Labriola e o vice-CEO da A1 Telekom Austria Group, Thomas Arnoldner.
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