Sandra Maximiano falava à Lusa à margem da conferência da Anacom "Inteligência Artificial: Os Desafios da Inovação e da Regulação", que está a decorrer no Museu do Oriente, em Lisboa, na sequência do anúncio feito hoje pelo secretário de Estado da Digitalização.
Bernardo Correia anunciou que a Anacom será a autoridade fiscalizadora e ponto focal de contacto na regulamentação da inteligência artificial (IA) em Portugal.
"É com grande orgulho que abraçamos este desafio, é um sinal de futuro, é um sinal também de crescimento da organização e de mudança", considerou Sandra Maximiano, recordando que a entidade reguladora conta com 35 anos.
"É uma boa notícia agora com estas novas competências, com esta nova transversalidade de mercado, porque a inteligência artificial é uma tecnologia que impacta toda a sociedade", sublinhou.
Questionada sobre se com estas novas competências vai ter de contratar mais pessoas, resposta foi perentória: "Certamente que vamos", nomeadamente cientistas de dados, especialistas em IA, pessoas na área da psicologia, sociologia, entre outros.
"Perfis muito variados" comparativamente ao típico perfil que uma entidade reguladora das comunicações tem, onde são juristas, economistas e engenheiros de telecomunicações.
Este vai ser "um grande desafio da Anacom", disse, sublinhando que, essencialmente, o "digitalé o grande desafio" da entidade reguladora nos próximos anos.
Isto inclui as infraestruturas, os satélites e os cabos submarinos, pois "sem isso a inteligência artificial não vai funcionar", rematou Sandra Maximiano.
"Depois de muitos estudos, muita ponderação, muita discussão, pretendemos nomear a Anacom como autoridade fiscalizadora de mercado principal e ponto focal para a regulamentação de IA em Portugal, garantindo assim um ponto preferencial de contacto e coordenador para empresas e cidadãos, a concentração de capacidade regulatória e tecnológica e os meios necessários para essa função", afirmou o secretário de Estado, esta manhã.
"Pesa também nesta decisão a larga experiência da Anacom como entidade regulatória do mercado na área tecnológica, contribuindo para um ambiente sólido e previsível e, especialmente nos últimos anos, o papel construtivo e de diálogo que a Anacom tem conseguido ter com o setor", justificou Bernardo Correia.
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